domingo, 13 de março de 2011

Mãe (13/03/2006)

Para Sempre


Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e a chuva desaba,

veludo escondido na pele enrugada,

água pura, ar puro,

puro pensamento.


Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,

é eternidade.

Por que Deus se lembra

- mistério profundo-

de tirá-la um dia?


Fosse eu Rei do Mundo,

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca,

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora,

será pequenino

feito grão de milho.


Carlos Drummond de Andrade

12 comentários:

  1. À minha mãe.
    E também à tia Helena que ontem faria anos,e porque também foi um pouquinho nossa mãe.

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  2. As nossas mães ficam connosco enquanto por cá andarmos. A sua partida ,muito, muito, dolorosa é inesquecível,depois instala-se a saudade ,também ela asfixiante, e não há dia que as não tenhamos no pensamento.
    Quanto ao poema é dos mais bonitos que conheço. Grande sensibilidade, a dos poetas! Também são filhos!

    Um abraço fraterno

    Bem-haja!

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  3. Obrigada garota, não só pela linda homenagem que aqui fazes à MÃE, como também pelas fotos que nos enviaste.
    É verdade, depois das nossas mães partirem, não há um único dia que não as recordemos.

    Beijos mãe.
    Bjos Augusta

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  4. Augusta ,bem-haja pelo belo poema . Também eu sei a dor que é perdê-la . A dor não tem descrição e acompanha-nos sempre ,em cada dia de nossas vidas .Claro que se transforma numa dolorosa saudade que , em certos dias nos aperta a alma... Eu vi a minha adormecer suavemente nos meus braços apertada contra o meu coração.. Pronto já estou a chorar...
    Beijo
    Quina

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  5. Augusta
    Sinto frio...muito frio, apesar das palavras quentes que deixas à tua mãe.
    Tu entendes este frio,não é assim?
    Lá, onde estiver, a tua mãe e a Tia Helena, estarão juntas por certo, de mãos dadas a rezar por todos vós.
    Um beijo
    Eduarda

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  6. Fátima e Olímpia
    Eu sei que as saudades que eu sinto são as mesmas que vocês sentem. Aumentam com o passar do tempo.
    Beijos

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  7. Cara Isabel:
    É bem verdade o que diz. As saudades são mesmo asfixiantes. Tentamos mitigá-las com recordações gravadas em fotografias, mas... falta o toque, e o colo.
    Beijinho

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  8. Cara Quina
    E o observar a entrada nesse sono fica gravado para sempre, não é?
    Ficamos por um lado, com a sensação de dever cumprido. Mas por outro também nos questionamos se deixàmos algo por fazer.
    Grata pelas suas palavras.
    beijinho

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  9. Eduarda:
    Se entendo! E sim, sabes que a minha mãe, se pudesse, tinha sempre os seus oito filhos debaixo das asas. Por isso, é certo que tanto ela como o meu pai continuam a olhar por nós.
    Beijos

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  10. Lindo poema e linda homenagem que fazes à tua mãe. Eu também sei o que é a dor, a saudade, a ausência... foi em Março que a minha mãe partiu, mas está sempre no meu coração.

    Beijos

    Lurdes

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  11. Pois é Lurdes. Partiram no mesmo mês. E claro que estarão sempre connosco.
    Beijos

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