sexta-feira, 24 de abril de 2015

ELÓQUIO

Há momentos em que nos quedamos,
Revolvemos o pensamento,
Indagamo-nos por dentro
E por mais que ela nos tome
Não sabemos dar um nome
A essa inquietação.

Desalento
Confusão

Dor
Do que vemos ao redor
Que se insinua,
Nos acua,
Nos ocupa!

E ainda que ele nos tome,
Esse desassossego forte
Continua a ser sem nome.

E mesmo sem darmos nome à
Angústia que se instala
Ela sempre connosco fala
Murmurando:
– Eu estou cá!

Passo a passo percebemos
O que nos queima em lume brando:
É que a dor,  em sua essência,
Compreende os nomes todos
Daqueles de quem descendemos.

Quem nos fere é sua ausência!

Mas se é deles que nos compomos,
Como faremos, então?
É que se eles já não estão,
Nesse caso, já não somos.

6 comentários:

  1. Gostei muito da poesia... nunca tinha parado para pensar nisso, mas tenho que concordar que ausência pode doer bem mais do que se imagina e saudade pode até matar.
    Bom final de semana para todos nós, Fátima.

    César

    ResponderEliminar
  2. César

    Obrigada por teres gostado. Quem sofreu as perdas que nós já sofremos concordará, certamente, com a maior parte do conteúdo.

    Beijos
    Fátima

    ResponderEliminar
  3. Agradeço com o coração a solidariedade manifestada em forma de poema.

    ResponderEliminar
  4. Anónimo

    Sou eu que agradeço palavras tão ternas.

    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  5. Elvira

    Obrigada. Uma boa semana também para si.

    Beijos

    ResponderEliminar


Agradece-se que os comentários tenham relação com o conteúdo do artigo.
Obrigada.