Não sei porquê, mas na minha cabeça esta história passa-se no Inverno e foi por isso que me lembrei dela. Com as temperaturas tão baixas e a nevar (quase) como nos tempos da nossa infância, pode ser que alguém ainda pegue nela para a contar aos netos.
VII
CORRE, CORRE CABACINHA
Era uma vez uma velhinha que tinha uma filha. Um dia, a filha casou-se noutra aldeia e convidou a mãe para lá ir. A velha, ao ir, encontrou dois lobos no caminho e eles, quando viram a velha, fizeram-se logo para ela e disseram-lhe:
– Olá, velhinha, nós vamos-te a comer!
–Não me comais agora, que estou muito magrinha! Eu vou ao casamento da minha filha. Quando voltar já venho mais gorda e depois já me podeis comer!
E a velhinha seguiu. Muitas festas no casamento! Ao chegar o dia da partida, a velhinha andava muito triste e a filha perguntou-lhe:
– Que é que tem, minha mãe, que anda tão triste?
– Olha, minha filha, é porque ao vir encontrei dois lobos e queriam-me comer e eu disse-lhes que me não comessem, que ao voltar já ia mais gorda e, agora, tenha medo!
– Ó minha mãe, não se aflija, pegue lá esta cabacinha, meta-se lá dentro e vá para casa sossegada!
A velha assim fez. Meteu-se na cabaça e pôs-se a caminho. Ao passar pelos lobos, os lobos perguntaram-lhe:
– Ó cabacinha, tu não viste para aí uma velhinha?
– Eu cá não vi nem velhinha nem velhão! Corre, corre, cabacinha, corre, corre, cabação!
– Olá, velhinha, nós vamos-te a comer!
–Não me comais agora, que estou muito magrinha! Eu vou ao casamento da minha filha. Quando voltar já venho mais gorda e depois já me podeis comer!
E a velhinha seguiu. Muitas festas no casamento! Ao chegar o dia da partida, a velhinha andava muito triste e a filha perguntou-lhe:
– Que é que tem, minha mãe, que anda tão triste?
– Olha, minha filha, é porque ao vir encontrei dois lobos e queriam-me comer e eu disse-lhes que me não comessem, que ao voltar já ia mais gorda e, agora, tenha medo!
– Ó minha mãe, não se aflija, pegue lá esta cabacinha, meta-se lá dentro e vá para casa sossegada!
A velha assim fez. Meteu-se na cabaça e pôs-se a caminho. Ao passar pelos lobos, os lobos perguntaram-lhe:
– Ó cabacinha, tu não viste para aí uma velhinha?
– Eu cá não vi nem velhinha nem velhão! Corre, corre, cabacinha, corre, corre, cabação!
ou tens uma memória de elefante, ou uns apontamentos muito bons. Eu, pela parte que me toca, só me lembro delas depois de as ler.
ResponderEliminarPorque é inverno, cá esperamos a neve anunciada.
beijinhos
Sempre gostei muito desta história e, por isso, sempre a contei aos meus alunos ( que o digam a Catarina ou o Luís ).
ResponderEliminarEsta, era uma das muitas que a mãe nos contava à lareira.
Beijos
Olímpia
Fátima: São histórias, apesar de infantis e diversas versões, nunca perdem o "charme", recordam-nos aqueles que nos juntavam à lareira para terem mais tranquilidade enquanto entusiasmados ouviamos, e nos ajudavam a adormecer sem pesadelos porque se terminavam bém. Felicitações e BJS: António Brás Pereira.
ResponderEliminarAugusta
ResponderEliminarAmbos (mas a memória só é de elefante para algumas coisas...).
E neve tendes tido em barda. Que sorte tendes!
Beijos
Olímpia
ResponderEliminarPois era! Ainda oiço as gargalhadas da mãe depois de terminar o "corre corre cabacinha, corre corre cabação"!
Beijos
Tonho [Braz]
ResponderEliminarOuvi-las ao colo da mãe (que perfume, o do colo da mãe!) ou a fazer balancé entre as pernas do pai... Não pode haver melhor!
Beijos