sábado, 27 de setembro de 2014

SR. ORLANDO

Para mim, era o senhor do sorriso terno e da palavra amável, e assim o conservarei na lembrança.

Deixou-nos hoje de madrugada. Ourém, terra de Nossa Senhora, acolherá o seu corpo amanhã.

Eu fiquei com uma dívida para com ele: por acanhamento, nunca fui capaz de lhe bater à porta a fim de ouvir o que tinha para me ensinar. Que ele, na sua generosidade, tenha a bondade de me perdoar.

À D. Lucinda, sua companheira de vida, aos filhos, o Mário, a Zeza, o Zé Tó, a Ana, o Jorge e o Miguel, aos irmãos e restante família quero manifestar os meus mais sentidos pêsames.


domingo, 21 de setembro de 2014

FRAGAS - 8 [ALTOS ALTENTES]

Lameira Longa... Tantas vezes por lá passei, quando tinha os meus 12 anos, acompanhando o pe. João nas suas caçadas cuja rica merenda comíamos sentados, talvez, junto de alguma dessas fragas misteriosas?! (...) Gostava imenso "engatar" por elas acima para melhor saborear a beleza que as ladeava! Como é triste constatar que as cidades engoliram as aldeias e parte do prazer dos aldeões... “que reste-t-il de ses beaux jours?” cantava Trenet, e eu pergunto-me também se ficarão na história de um pobre diabo, momentos de imensa preciosidade, passados num canto perdido longe dos olhares venenosos, onde a neve caía levemente, os ventos sopravam as desventuras, e os "candeolos" pendiam dos telhados como cristais, surgindo por magia do nada ou do pouco... (...)

Foram estas palavras, prenhes de poesia e de saudade, que o Tonho Brás deixou escritas num comentário. Ele tem razão: em todos nós, a nostalgia da terra assume, ao mesmo tempo, a qualidade de nostalgia da infância. Regressemos, pois, à nossa infância, revendo as paisagens.

Desta feita, o percurso vai para os lugares cimeiros, às fragas guardiãs da nossa terra: Anta, Berrão e Pena Mourisca. Ora vede como tudo é belo e amplo quando de lá se avista! Pode um transmontano adaptar-se aos espaços confinados se está habituado a tocar no céu?

As fotografias são da Augusta, a quem agradeço o envio. Mas como ela tirou tantas, criei outro álbum que pode ser visto aqui.

(Da) Anta


(Da do) Berrão (que foi roubado pelos de Parada, e a sua porca, roubada para Murça, segundo reza a tradição oral, mais os sete leitõezinhos que ninguém sabe dizer para onde foram...)


(Da) Pena Mourisca


Serão as marras do concelho (pouco à frente da fraga do Berrão)?



Quem queira, pode acompanhar o percurso com a sugestão do Tonho.

 

domingo, 14 de setembro de 2014

VOLTA PELOS LUGARES NOVOS DO TERMO

No segundo passeio aventurámo-nos a ir até Pombares, para conhecermos a aldeia que, agora, emparceira connosco na freguesia. O percurso foi: Rebordaínhos – Pereiros – Pombares – Teixedo – Pereiros – Rebordaínhos. É um trajecto que se faz bem, em caminho aberto por entre touças, soutos, lameiros, campos de pão ou hortas, denotando que, apesar de escassa, a presença humana ainda se faz sentir.

Também Pombares se encarrapita no cimo do monte, para que a vista nunca lhe seja escassa nem o ar lhe falte. A alguns dos seus moradores, gente gentilíssima, já os conhecera no convívio de Santa Maria Madalena, onde marcaram presença e se apresentaram e, de novo, viriam confraternizar connosco na sardinhada da ASCRR, não se esquecendo de dizer: “olhe que nós, agora, somos uns!” “Pois somos, como sempre fomos”, respondi de coração, lembrando as relações sempre próximas que toda a vida tivemos.

Apesar da ferida aberta que são algumas casas abandonadas e em ruínas, notei em Pombares um cuidado intenso pela conservação da aldeia e pelo seu asseio que registo com prazer. Lembro que são os de Pombares que nunca falham com a festa de S. Frutuoso a quem, há alguns anos, recuperaram a capela de Teixedo, o mesmo estando a fazer-se, agora, ao moinho. Oxalá voltemos a ouvir aquelas mós a gemerem.

Dos Pereiros a Pombares 





Pombares



De Pombares a Teixedo



Pereiros


sábado, 6 de setembro de 2014

SENHORA DA SERRA

Atendendo à procura que as pessoas têm feito (muitas visualizações das idas anteriores), abdico da sequência cronológica dos factos (ai c'assim me dói!) para dar conta da primeira romaria feita este ano ao santuário de Nossa Senhora da Serra.

Partimos de manhãzinha - as sete horas foram sempre o tempo marcado -  e éramos muitos, porque Nossa Senhora congrega a devoção e faz meter a caminho mesmo aqueles que podem menos, além dos que têm promessas, ou dos que vão porque sim. O caminho foi-se fazendo, cada qual no seu ritmo determinado pelas ganas de chegar ou pela necessidade de andar mais devagar associada, quiçá, a uma atitude mais contemplativa das belezas do percurso. Mas chegámos todos e fomos abençoados com a igreja aberta, apesar de as novenas ainda não terem começado. A fotógrafa de serviço foi a Olímpia e é por esse motivo que não aparece em nenhuma fotografia, mas agradeço-lhe que mas tenha enviado.

Nestes percursos há sempre uns maridos gentis que vão ter lá acima de carro para nos trazerem de volta. Este ano foram o Duarte (Chicheiro, da Graciete), o Luís Manuel (da Maria Helena), o Artur (da Adília) e o Manuel (da Fatinha). Muito obrigada a eles.









quarta-feira, 3 de setembro de 2014

FRAGAS – 7

Retomo a tarefa de documentar as nossas paisagens, recuperando o assunto das fragas.



fraga sem nome (pelo menos por enquanto)

Há enganos que vêm por bem: eu pensava que estava a seguir a indicações do Chico, que me afirmara que, por causa da caça, se tinha arranjado um caminho que levava a poucos metros da Fraga do Teixugo, mas fiz o grupo avançar de mais e tivemos que nos internar nas touças que caem sobre o lado nascente do caminho. São várias as fragas que despontam por entre o carvalhal, mas uma delas é particularmente bela e grande: aquela que vos mostro aqui. Tenho muita pena de não saber nomeá-la nem localizá-la, podendo apenas afirmar que fica para lá (não muito) da Lameira Longa. Pela nossa descrição, há quem pense que já fica no termo de Lanção, embora ninguém saiba dar certezas. Mas é linda!



 

Antes desta, encontrámos outras, bastante menores, mas muito engraçadas. Fotografei duas que podem ver aqui (além de mais fotografias desta que reportei e de outras que foram tiradas na fraga do Gato e na do Teixugo).

A constituição do grupo era a seguinte:
Helena (filha do Toninho e da Alzira)
Catarina (filha do João Manuel e da Julinha, neta do Rafael)
Nuno (irmão da Catarina)
Marta (filha da Lúcia)
Zeza (filha do Sr. Orlando)
Lurdes (do tio Hermínio)
Graciete (mulher do Duarte Chicheiro)
Augusta
Eu