quinta-feira, 29 de março de 2012

PÁSCOA FELIZ


Há qualquer coisa de milagroso na feitura do pão.

E se à farinha peneirada juntarmos o ovo, origem da existência,
E as primícias da carne fumada sacrificada no Inverno,
Nasce o folar para celebrarmos a Vida –
Significado profundo da nossa Páscoa.

Bendita Ressurreição

sexta-feira, 23 de março de 2012

Notícias

Caminhada Rural

Na agenda cultural do município vem prevista mais uma caminhada para Rebordainhos. Seguem-se os detalhes do evento.

14 de Abril - Sábado
|Bragança Saudável, Bragança Solidária | Caminhada Rural em Rebordainhos
Extensão: 14 km | Duração: 3h00
[Concentração no parque de estacionamento da Câmara Municipal, 9h00
Concentração na aldeia de Rebordainhos, 9h30]
Organização. Câmara Municipal de Bragança e Junta de Freguesia de Rebordainhos

Faça download aqui da agenda cultural Março/Abril 2012


Montaria ao Javali

Deixo aqui também uma outra noticia já com algum atraso. Dia 19 de Fevereiro realizou-se uma montaria ao javali organizada pela Associação de Caçadores da Freguesia de Rebordainhos, da qual possuo poucos registos fotográficos e que podem ser consultados aqui.


terça-feira, 20 de março de 2012

PRIMAVERA

Entrou hoje de madrugada...

...

Os botânicos chamam Primulas a estas flores: à primeira "Primula Vera"; à segunda "Primula Acaulis" ou "Vulgaris" - a nossa amiga "Pascoela".

Da Primavera diz-se: "como vires a Primavera, assim pelo al espera", mas já os romanos desejavam "chuva cabonde na Primavera e no Outono".


De Março, os antigos prenunciavam que

"Água de Março, é pior que nódoa no pano"

"Março ventoso, Abril chuvoso"

"Quem não poda em Março vindima no regaço"

"Se não chover entre Março e Abril,
venderá El Rei o carro e o carril"

"Sol de Março pega como pegamaço*
e fere como maço

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*Actualmente escreve-se "pegamasso", mas preferi manter a grafia arcaica.

E porque é bom dar o seu a seu dono e também nos fica bem divulgar as páginas que nos são próximas, a fotografia da pascoela foi tirada daqui e é da autoria de C. Aguiar. A segunda já me não lembro de onde a tirei.

domingo, 11 de março de 2012

AS NOSSAS PALAVRAS

I


Hoje, não sei porquê, não me sai da cabeça uma palavra que usamos muito: "mandicante".

Mandicante é uma palavra curiosa, que não surge de outra e não dá origem a nenhuma. Não dizemos que fulano tal anda a mandicar, nem que vive em estado de mandicância. Não vem, pois, de nenhum verbo nem de nenhum substantivo. Também não forma diminutivos ou aumentativos. Mandicante é, assim, palavra estéril, embora seja adjectivo cheio de conteúdo.

A única certeza que tenho é que "mandicante" é corruptela de "mendicante", palavra que vem do Latim "mendicans" e entra no Português por origem culta.

Para o vulgo, um mendicante é um pobre, mas para nós um pobre é um pobre (merecedor de respeito e caridade), enquanto que um mandicante é um malandro. Há um abismo entre os significados das duas palavras. De onde virá? Tudo quanto escreverei a seguir é fruto de imaginação e agradecem-se outras explicações.

Creio que o nosso "mandicante" tem origem na má fama que as ordens mendicantes foram ganhando com as práticas pouco evangélicas de alguns dos seus membros. Esses, aproveitando-se das vestes talares e da autoridade que delas emanava, mais do que abichar a esmola, procediam a autênticas extorsões daquilo que houvesse na tulha ou no fumeiro das casas dos aldeãos. Para além dos bens, quantas vezes roubavam também o bom nome da filha ou da mulher da casa! A vulgarização de tais actos teria, forçosamente, que conduzir a um significado pejorativo da condição de quem os praticava.

Aqui deixo esta opinião à espera das vossas considerações.

sábado, 3 de março de 2012

QUADRAS A S. FRANCISCO

Andava o povo assustado
A fazer a montaria
Ao grande lobo esfomeado
Que tanto mal lhe fazia

Ele levava nos dentes
Agudos e carniceiros
Os meninos inocentes
Que são os alvos cordeiros.

E como ele desejava
Que tudo vivesse em paz
Enquanto o povo caçava,
O santo poeta que que faz?

Procura o lobo cruel
Tendo-o encontrado enfim,
Chamou-o e foi para ele,
Sorriu-lhe e falou-lhe assim:

Eu sei que fazes mal
Eu sei o que te consome,
Tu és tão mau afinal,
Mas és mau porque tens fome.

Pois bons amigos seremos:
Para nosso, e teu descanso,
Te daremos de comer
Para poderes ser manso.

Promete que hás-de mudar
De vida, neste momento,
Em sinal de juramento
Levanta a pata no ar

E põe-na na minha mão.
Jurou o lobo, e cumpriu.
Depois, toda a gente o viu
Tão mansinho como um cão.



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A primeira ilustração é uma pintura a fresco da catedral de Gubbio, (Itália) e a segunda é de Giotto, fresco da igreja de S. Francisco em Assis.