sábado, 30 de janeiro de 2016

PARABÉNS

Hoje são dois os motivos que me trazem aqui.

1º - ANDRÉ PIRES


O André, filho do Casimiro e da Maria, recebeu no passado dia 28 de janeiro o seu diploma de MELHOR aluno do curso de Contabilidade.
A entrega aconteceu na cerimónia de comemoração do Dia do Instituto Politécnico de Bragança.
PARABÉNS ANDRÉ. 

2º  PRESÉPIO 


Este ano, o nosso presépio da igreja recebeu uma MENÇÃO HONROSA no concurso de presépios levado a cabo pela Câmara Municipal de Bragança.
PARABÉNS MORDOMOS.

É com muito orgulho que sou a mensageira destas excelentes notícias. 

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

ROSTOS

Tenho esta fotografia guardada...Vamos lá ver se identificamos bem toda a gente.


1 - Tia Zulmira Pereira
2 - Tia Francisca Pires
3 - 
4 - Tio Pereira [filho da tia Francisca e do tio Pereira]
5 - Tio Pereira [pai]
Lugar: Fonte Grande

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

AS NOSSAS PALAVRAS

(imagem retirada daqui)

AS REFEIÇÕES E O SEU TEMPO

Creio que  a saída de muitos jovens para estudarem fora da terra terá sido a causa principal da substituição de muitas palavras nossas por outras de outros meios. Neste momento refiro-me às refeições e, para que não achem que as designações que usávamos eram transmontanices, presenteio-vos com uma passagem de Camilo:

   A jantar?  – observou Gregório  – são sete horas da tarde. Vossa excelência queria dizer «cear», não é assim? Vamos lá cear, e jantaremos em minha casa em Lisboa, de hoje a duas semanas; mas lá janta-se ao meio-dia, merenda-se às quatro; e ceia-se às oito.
camilo castelo branco, Coisas Espantosas


Assim éramos nós, embora com horários um pouco mais variáveis, sobretudo o da ceia.

Ao levantar da cama tomava-se o mata-bicho;
A meio da manhã comia-se o almoço;
Ao meio-dia punha-se o jantar na mesa;
A merenda era a refeição do meio da tarde;
O dia de trabalho encerrava-se com a ceia.

Às vezes, lá calhava, merendava-se a qualquer hora do dia, mas isso eram refeições de outro alimento...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O COELHO CHINO

POR: 
ORLANDO DOS SANTOS MARTINS    
  
Olímpia da Natividade Afonso & Adriano Santos Martins

Não se via vivalma na rua.
O dia amanhecera gélido, e um leve nevoeiro pardacento vindo da serra pairava sobre o manto de neve que se abatera há já alguns dias.
A pureza da paisagem era centralmente manchada pelo vulto mais brilhante do dorso do muro que delimitava o prado das hortas repletas de montículos de neve que escondiam algumas couves, nabos e grelos e mais longe, quebrando a branca monotonia, os gravetos enregelados das árvores nuas e o recorte das montanhas.

Junto ao muro lá vinham, arrastando os socos, dois pinguins encasacados e muito ciosos no caminho a seguir, deixando as suas pegadas frescas na neve.
Eram o Tio Manuel Frade o “Caranvas” e o Adriano “Torto” com os seus dois cãezinhos, mais de estimação que animais de caça.
Iam à caça da lebre e do coelho, lá para os lados da Ribeira, cada um com a caçadeira de dois canos ao ombro, aberta para segurança, e um cinto repleto de cartuchos preparados à lareira no dia anterior. Naquela idade, bastante avançada para ambos, já pouco caçavam e não era raro a Olímpia “Maneta” temer que um dia ficassem por lá os dois enregelados.

Já a tarde lançara alguma penumbra na aldeia quando as duas figuras faziam o seu caminho de regresso, tão leves quanto tinham partido, sem qualquer troféu, tinha sido o habitual fiasco.

- Carajo Manel, aquela lebre foi por um triz…
- Eu penso que ainda acertei num coelhito, mas deve ter sido de raspão pois nem os cães deram com ele.
- A neve está dura sabes, e eles fogem…

O tio Adriano “Torto” chegado a casa, ensopado e enregelado, sentou-se em frente ao lume mortiço e, atiçando uns paus no trasfogueiro, começou a matutar, coçou a careca e notou a ausência da patroa.
- É agora, tenho que arranjar um coelho prá Olímpia, e amanhã convido o Manel pró petisco. – juntos na caça, juntos nos troféus -.

Tal como o pensou, assim o realizou: dirigiu-se ao galinheiro de arma em punho, onde havia alguns coelhos e galinhas que coabitavam em cubículos separados e escolheu um coelho branco com manchas negras no focinho e no lombo, a quem a Olímpia chamava  “chino”. Não esteve para demoras e, gastando apenas um cartucho, “Pum!…” resolveu o insucesso do dia.

Levantou o seu troféu de caça que colocou na mesa larga da cozinha, bem visível a qualquer um, aguardando satisfeito o regresso da patroa.

- Olha Olímpia, e dizes tu que não caço nada, quero que trates deste coelhito prá manhã, fá-lo com arroz e convida o Manel.

- Estafermo dum caralho, este é o meu chino, foste-me ao galinheiro, maldito!… Quem merecia um tiro eras tu…

Entre palavrões e injúrias lá foi a Olímpia passando o resto da tarde sem se calar, resmungando e amaldiçoando a sorte e a ideia do marido.
- Ora, Olímpia, já que está morto, temos de o comer carai.

Esta é uma das poucas histórias que recordo do meu avô “Torto” e da minha avó “Maneta”.
                        


domingo, 10 de janeiro de 2016

LENGALENGA



Tiroliro-liro
Meu pai matou um grilo
P’rà festa do Rodrigo
Todo o bicho convidou
Só a mosca deixou
E o piolho com a risa
Esfourou-se na camisa
Assubiu-se a ũa janela
A tocar na caravela
Caiu de lá abaixo
E partiu ũa costela


Esta foi-me contada pela tia Delfina, que se ria a bom rir enquanto imaginava a costela partida do piolho: "ora vede lá, a costela de um piolho, que taluda seria!"

Bem-haja tia Delfina!
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A imagem é de uma série de desenhos animados, intitulada "The Animals of Farthing Wood"

e foi retirada daqui.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

É PELAS MÃOS DOS OUTROS...


           ... que expresso os meus desejos:

Almada Negreiros
                                  
                                  Deseja-lhe o pensamento para quem desejar é pensar
                                  e que leia como se fecha o livro
                                  com a luz na mão
                                  e sem chegar ao fim.
Maria Gabriela Llansol, Um Beijo Dado Mais Tarde

domingo, 3 de janeiro de 2016

TEMPO INCOMUM


Foi assim que achei Rebordaínhos: com pascoelas floridas no horto de casa!


Nem uma geadinha para matar  saudades da brancura;
- candeolos muito menos -;
Nem o frio que atrecesse e trouxesse o desejo de melhor agasalho;
Nem o cheiro a água sólida soprado pelo vento do Norte;
Nem a neve.
Que falta senti da Neve!

Só o nevoeiro,
aquela névoa espessa que, nas memórias da infância, 
se quedava pelas terras baixas, 
mas agora trepa aos cimos
E obstrui o céu estrelado.

Estive na nossa terra, mas nem parecia ela.
Persiste a saudade.



Para todos, o meu desejo de feliz Ano Novo.