O dia treze de Maio, (para além do aniversário da minha mana mais piquenita), é um dia de referência para a nossa aldeia. Sim, sabemos que é um dia de referência para o país em geral mas, a verdade, é que em Rebordaínhos, este dia è vivido com particular devoção.
Mas, como em quase tudo o que povoa as nossas memórias, também o dia 13 de Maio tem sofrido alterações ao longo dos tempos.
Lembro-me que quando eu era mais pequena, as primeiras comunhões eram realizadas neste dia.
Então. os miúdos que se vestiam de cruzadas, saiam de casa do meu avô e da minha tia Helena (na altura mordoma da Sra de Fátima) e caminhavam muito ordeiramente e compenetradas até à Igreja paroquial, onde eram aguardadas pelos principais actores do dia - as crianças da primeira comunhão-.
Uma vez aí chegadas, entravam pela porta principal da igreja, enquanto as senhoras do coro entoavam aquela canção "vinde ó meigas criancinhas..."
Lembro-me particularmente do dia da minha primeira comunhão, em que usava aquele vestido branco comprado com tanto sacrifício pelos meus pais e, religiosamente costurado pela tia Maria da avó. Não sei onde pára o vestido (provavelmente nas Cabanas). Sei que, depois de mim, foi usado pelas duas irmãs mais novas, e depois por várias primas. Mas que tenho saudades, tenho!
Hoje, a festa resume-se a uma missa e a um almoço em família, mas em honra da minha mãe e de toda a família, é com todo o gosto que, eu própria me encarrego de decorar o andor da Nossa Senhora de Fátima.
Sei que pode parecer estranho, mas cultivo com todo o gosto, estas raízes e valores que os meus pais me transmitiram.