segunda-feira, 27 de junho de 2011

BILHARDA



Os nossos vizinhos galegos não se esquecem que nascemos do mesmo sangue, que falamos a mesma língua, enfim, que temos uma História comum que é longa e profundamente significativa. São eles, talvez porque têm isso mais presente do que nós transmontanos, quem se não cansa de tentar reerguer as pontes que nos uniram mas que foram derrubadas no devir dos séculos. Eles é que estão certos, porque as fronteiras não nos devem fazer esquecer a família.

Tem este preâmbulo a ver com um e-mail que recebi vindo da “Revista Bilharda” que me perguntava se ainda havia gente a praticar esse jogo em Rebordaínhos. Respondi que sim, que às vezes os rapazes ainda se juntavam para isso. Na volta do correio, veio o seguinte texto que transcrevo:

É bom saber que ainda há gente que joga.
O que esperamos, é encontrar gente em Portugal que ainda jogue e intercambiar experiências. Como explicamos no Boletim, na Galiza temos uma liga, onde compitem mais de 200 pessoas. Além disso há muitos 'abertos' de bilharda ao longo do ano nas diferentes vilas e cidades galegas. Para nós seria importante que em Portugal se crie uma liga do mesmo estilo. É por isso que contato com vocês, porque vimos que falaram no seu blogue sobre a bilharda. Aliás, está a proximidade da sua localidade com algúns lugares da Galiza onde se está a jogar a nível de competição.
Achamos que para esses rapazes dos que me fala seria bom saber que há gente que joga a ese jogo de jeito desportivo.
A verdade é que o modernizamos bastante para atirar a atenção da gente juventude do nosso pais.
Neste video podem ver um exemplo de jornada
:


A acompanhar a mensagem vinha, generosamente, a oferta do primeiro número da revista e, pouco tempo depois, o segundo número. Convido todos a lerem um e outro porque, tenho a certeza, se sentirão gratificados. Aos nossos irmãos galegos, o meu bem-hajam.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mais notícias da região


Para que não restem dúvidas daquilo que as minhas irmãs escreveram na caixa de comentários do artigo anterior, aqui fica mais outra notícia que me agrada muito. Trata-se da realização do XVII congresso da EARMA que está a decorrer durante estes dias na nossa cidade-sede e conta com o patrocínio do Instituto Politécnico de Bragança, da Câmara Municipal de Bragança e do Instituto Gulbenkian para a Ciência.

Transcrevo, para aqui, a informação que colhi na página da "Fundação Rei Afonso Henriques":

XVII Congresso Anual da EARMA (European Association of Research Managers and Administrators), no qual participarão mais de 300 Administradores, Gestores e Directores de Institutos de Investigação e de outras entidades, ligados a Projectos e Programas de Desenvolvimento e Investigação Científica Europeia. Em simultâneo, realiza-se também o III Encontro EARMA/NCURA (National Council of University Research Administrators - congénere norte-americana da EARMA), que tratará, entre outros assuntos, o programa de realização de Estágios de investigadores europeus nos Estados Unidos da América e vice-versa.

O encontro chamou tanta gente, vinda dos quatro cantos do Mundo, que se esgotou a oferta hoteleira da cidade, bem como a frota de aluguer de automóveis (apesar de a CMB assegurar o transporte dos participantes inscritos no encontro). Para mais informações pode consultar-se o "Mensageiro".

Acontecimentos como este provam a relevância que os organismos de ensino superior e a administração local podem assumir no dinamismo económico e cultural das regiões. Bravo!

domingo, 19 de junho de 2011

NOTÍCIAS A REGIÃO (atrasadas) e outras coisas


Aconteceu há alguns dias: o Instituto Politécnico de Bragança recebeu o XXI encontro das Universidades de Língua Portuguesa. Dizem-me que foi o mais concorrido de todos quantos já se realizaram e que foi bastante proveitoso merecendo, por isso, o nosso aplauso.

A Câmara Municipal de Bragança e o Instituto Português de Museus, honra lhes seja feita, apoiaram a iniciativa, brindando os participantes com um magnífico presente: um DVD contendo as "Memóricas Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança", do Abade de Baçal. Foi um gesto bonito que há-de permitir que a memória dos lugares e das gentes brigantinas chegue aos quatro cantos do Mundo.

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A tecnologia é formidável! Uma simples rodela de poucos milímetros de espessura e escassos gramas de peso contém, exactamente, a mesma informação que aqueles 12 espessos volumes que podem ser vistos na estante cá de casa. Os livros estão marcadinhos em todas as páginas onde se fala de Rebordaínhos; no DVD, basta ir à pesquisa e escrever "Rebordaínhos", que o computador procura por nós! Um bem-haja a quem mo fez chegar!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

ORAÇÕES




Hoje não podia falhar com esta. É dia de Santo António e a minha mãe, na boa tradição portuguesa, tinha muita fé em rezar-lhe para que a ajudasse a encontrar objectos perdidos. Objectos, ou o que quer que fosse, porque santo António nunca lhe falhou. Este nunca falhar, entenda-se, não significa sempre um desenlace feliz. Significa que, depois de rezado o responso, a pessoa recebe a resposta de "sim", irá achar ou "não", não achará, tire disso o sentido!


Aqui fica, então, o



RESPONSO A SANTO ANTÓNIO


.....................................Santo António se levantou
.....................................na neve se lavou,
.....................................se vestiu e se calçou.
.....................................No seu burel pegou,
.....................................seu caminho caminhou.
.....................................Nossa Senhora encontrou:
.....................................- onde vais Santo António?
.....................................- Convosco vou!
.....................................- Comigo não irás ,
.....................................na terra ficarás,
.....................................Tudo quanto te pedirem tudo farás!

.....................................Ó meu rico Santo António,
.....................................pelo burel que vestistes,
.....................................pelo cordão que cingistes,
.....................................pelo Menino que em vossos braços gozastes,
.....................................vos peço pela infinita Graça
.....................................com que Deus vos engrandeceu
.....................................que me digais pela voz do povo…


.....................................(é aqui que a pessoa faz o pedido.
Nota bem: a pessoa que o reza não se pode enganar a dizê-lo, sob pena de não resultar)

Dizer "pela voz do povo" significa que, depois de rezar o responso, a pessoa fica atenta ao primeiro "sim" ou "não" que ouvir, não importa de quem. Se ouvir primeiro "sim", irá achar o que procura. Se ouvir primeiro "não", é porque não lhe vale a pena continuar a buscar.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

10 de JUNHO


..................................Eis aqui, quase cume da cabeça
..................................De Europa toda, o Reino Lusitano,
..................................Onde a terra se acaba e o mar começa
..................................E onde Febo repousa no Oceano.
..................................Este quis o Céu justo que floreça
..................................Nas armas contra o torpe Mauritano,
..................................Deitando-o de si fora; e lá na ardente
..................................África estar quieto o não consente.

..................................Esta é a ditosa pátria minha amada,
..................................À qual se o Céu me dá que eu sem perigo
..................................Torne, com esta empresa já acabada,
..................................Acabe-se esta luz ali comigo.
..................................Esta foi Lusitânia, derivada
..................................De Luso ou Lisa, que de Baco Antigo
..................................Filhos foram, parece, ou companheiros,
..................................E nela antam os íncolas primeiros.

Camões, Os Lusíadas, Canto III (fala de Vasco da Gama que conta a História de Portugal ao rei de Melinde, est. 20-21)


Aceitamos pacificamente que o 10 de Junho seja o dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, por ser o dia de Camões, o cantor maior da nossa Pátria. Cá para mim, a designação é redundante, mas isso não vem agora ao caso.

Ao caso vêm os “dias de”, mas primeiro quero partilhar convosco a leitura que faço dos versos que transcrevi. Camões põe as palavras na boca de Vasco da Gama, porém, o sentimento é inteiramente seu. Luís Vaz está longe da Pátria e anseia pelo regresso “com esta empresa já acabada”. Tal “empresa” – Os Lusíadas – sabia-o ele muito bem, era de um valor incalculável! Queria regressar vencedor porque a esta Pátria (tamanha!) só a merece quem porfia a vitória. Depois, podia morrer, porque a obra realizada engrandecia a ambos.

“Acabe-se esta luz ali comigo.” Aquele "ali" é o ferrete da saudade. Foi escrito pelo Poeta e viria a moldar-nos o retrato. A saudade é, pois, este modo de ser que nos impede a felicidade fora da nossa terra.

Porque lhes conheço a dor da distância e o enlevo pela Pátria, dedico este artigo aos nossos emigrantes.

sábado, 4 de junho de 2011

Para bem dispor

Hoje é dia de reflexão mas, vá lá, não precisamos de estar sorumbáticos!

Lembrais-vos desta? Estávamos na gloriosa década de 70...