segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Uma recolha efectuada em 1978

A Maria Augusta Pilota já nem se deve lembrar desta relíquia. Gravou-a em 1978, como trabalho de recolha para uma cadeira do seu curso de Geografia. Gentilmente, ofereceu-ma, sabendo o quanto gosto destas coisas. Trinta anos depois, eu já dava o conteúdo como perdido, mas as tecnologias permitiram o milagre de recuperarmos alguns registos e transferi-los para formato mp3 - trabalho de persistência do João.

O volume está baixo, pois foi a forma de diminuirmos os ruídos que a fita original apresentava.

Fátima




A casa do Tio António Piloto

8 comentários:

Anónimo disse...

Maria Augusta
Parabéns por teres contribuído com mais este cantar dos reis.
É uma tradição que tende a desaparecer, por isso a grande importância deste testemunho que penso ser único na nossa região.
Um beijinho
Céu

António disse...

Olá Fátima!
Acho se um enorme interesse a tua publicitação destas toadas dos Reis, como já fizeste com as das segadas, ou tudo entrará no reino do esquecimento, já que da juventude de hoje ninguém saberia cantar tais cantigas.O ideal seria gravar isso em CD com o som optimizado. Outro grande favor para os saudosos dessas santas velharias seria que um dia transcrevesses a letra, que eu por muito que apure o meu ouvido salamurdo não consigo descodificar mais que algumas palavras soltas. Nas férias (ou quando te reformares...)
Obrigado
Um abraço

Olímpia disse...

Quando gravou estas "cantigas dos reis", a Maria Augusta estava longe de pensar que, passados trinta anos, a sua recolha seria publicada na Internet.Tal palavra nem sequer existia no nosso vocabulário!
Mas, abençoado o dia em que o fizeste e, abençoada a hora em que o João as resolveu publicar.Já poucos as saberão.Eu, só me lembrava do refrão.
Mais uma vez, obrigada João e Fátima pela vossa persistência e empenho na recolha destas preciosidades.
Beijos
Olímpia

Isamar disse...

Não consigo decifrar as palavras pelo que vos peço que as passem a escrito.
Este património tradicional, tão bem preservado por vós, não pode cair no esquecimento.

Um abraço

J. Stocker disse...

Cara Isabel e António

Assim que a Fátima tiver oportunidade, tentara transcrevr a letra.

Obrigado pelas vossas palavras

Um abraço

Anónimo disse...

Tonho

Espero não demorar tanto tempo (quiçá o que resta da legislatura...).

Beijos

Anónimo disse...

Olímpia

Pois, nem a Maria Augusta nem eu imaginaríamos que isso fosse possível. Abençoada internet que nos permite tal partilha e abençoado João que não regateia horas nem paciência para ultrapassar as dificuldades que são muitas.

Beijos

Augusta disse...

Então, demos lá uma ajudinha.
Há uns anos atrás, o Toninho da Margarida, ensinou-me as seguintes quadras dos reis:



Em tais festas como estas,
Cantam-se os reis aos fidalgos,
Também nós os cantaremos,
A estes senhores honrados.

Oh Virgem Santa Maria,
Vós sois a estrela do mar,
Sem a vossa protecção,
Não podemos navegar.

Oh que rico cacho de uvas,
Criado em Santarém,
Oh Valha-me Deus que assim tarda,
Este vinho que não vem.

Oh que rico pinheirinho,
A que porta foi nascer,
Á porta destes senhores,
Que nos vêm dar de beber.

Venha vinho venha vinho,
Que eu água não sei beber,
A água tem sanguessugas,
Tenho medo de morrer.

Rei Gaspar e Baltasar,
São três reis com Belchior,
Todos os três vão adorar,
Jesus Cristo Redentor.

Felizmente ano após ano, faço questão de estar presente para os ouvir cantar. Também ano após ano, é habitual encontrar na aldeia algumas televisões e jornais do país vizinho, a fazerem a respectiva reportagem. desconheço se alguma vez lá esteve algum português. Mas se aconteceu algum dia, francamente não dei por isso.
Beijos a todos
Augusta