sábado, 25 de abril de 2009

Abril

Não poderia esquecer esta data!


A formiga no carreiro
Vinha em sentido contrário
Caiu ao Tejo
Ao pé dum septuagenário
Larpou trepou às tábuas
Que flutuavam nas águas
E de cima de uma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro

A formiga no carreiro
Vinha em sentido diferente
Caiu à rua
No meio de toda a gente
Buliu abriu as gâmbias
Para trepar às varandas
E de cima de uma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro

A formiga no carreiro
Andava à roda da vida
Caiu em cima
De uma espinhela caída
Furou furou à brava
Numa cova que ali estava
E de cima de uma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro

6 comentários:

Eduarda disse...

Fátima
Já tinha estranhado a falta de um post sobre o tema.
É preciso, sempre lembrar, o 25/4, pois parece-me que o conceito anda arredado, do dia a dia dos senhores que nos governam.
Um abraço

Augusta disse...

Que bom seria se os ideais se tivessem perpetuado em vez de esquecidos.
Paz, pão, educação, saúde. Só há liberdade a sério quando houver...
Por isso, 25 DE ABRIL SEMPRE!
beijos

Fátima Pereira Stocker disse...

Dadinha

Associei sempre o 25 de Abril ao respeito pelas pessoas: pela sua dignidade, inteligência... De facto, andamos muito arredados disso.

Beijos

Fátima Pereira Stocker disse...

Garota

É verdade que somos uma democracia imperfeita. Mas foi tão longo o caminho percorrido em tempo tão curto! Olhemos bem para o passado e constatemos a enorme diferença. Os textos do Tonho ajudam ao exercício, embora nós andemos a retirar deles mais a nostalgia da infância do que a pedagogia da mudança.

(Mas continuo a gostar muito da cantiga do Sérgio Godinho que citas e que ainda acrescenta: "só há liberdade a sério quando houver liberdade de mudar e decidir, quando pertencer ao povo o que o povo produzir")

Beijos

António disse...

Olá, Fátima:

Fazes muito bem em rememorando estas coisas enquanto não aparece por aí uma ASAE que "corte as raízes ao pensamento" em nome do intelectualmente correcto.

Tantas são as coisas que perdemos e tantas as que nos faltam... ao menos que nos sobre a LIBERDADE.
Abraços

Fátima Pereira Stocker disse...

Viva, Tonho!

Infelizmente, o policiamento do pensamento ameaça instalar-se e, o que é pior, sem nenhum organismo que possamos acusar e ludibriar. Parece que se começa pela linguagem... Já reparaste que os nossos deputados aceitaram não se apodar uns aos outros de autistas para não ferirem a sensibilidade dos familiares dos verdadeiros autistas? Ninguém lhes terá dito que, à semelhança dos cegos, o maior autista é aquele que não se quer relacionar com os outros?

Cabe-nos a nós atalhar o caminho dos zelotas do nosso tempo.

Beijos