Se ainda não chegou, o prazo da Serra das Velhas estará para chegar, na esperança de que se cumpra a tradição.
A cerimónia da Serra das Velhas que, entre nós, surge associada à do Casamento das Novas, é mais uma prova daquilo que foi dito sobre o significado profundo do Entrudo: encerra-se o ano velho (manifesto na queima do entrudo e no serrar das velhas) e celebra-se a entrada do novo ano que se deseja fértil (casamento das novas). As datas, tão distantes do calendário civil, marcam o compasso da Natureza que, tendo morrido durante o Inverno, ressuscita na Primavera, oferecendo-nos uma terra reverdescida que anuncia abundância. As raízes destas cerimónias devem ser tão antigas como as primeiras sociedades agrárias que, aqui no nosso cantinho português, datarão do quinto/ quarto milénio antes de Cristo. Do cimo da Serra, a nossa anta vela, desde então, para que o ritual se cumpra.
Dado que no ano passado escrevi sobre o Casamento das Novas, este ano escreverei sobre a Serra das Velhas. Velha, lembremo-nos, é toda a mulher que tem netos.
Os rapazes juntam-se e, munidos de embudes, de caldeiras ou caldeiros (fingindo que são de madeira ou de cortiça) e de uma grande serra, percorrem o povo todo (esta cerimónia é acompanhada pelos raparigos). À porta de cada mulher a serrar, gritam:
– Vamos serrar a Senhora...?
– Vamos!
– Para o que é que há-de servir o corpo dela?
– P'ra umas varas para o carro (ou cabos de navalha; engarelas; estadulhos; portas; caixilhos da janela...)
A cerimónia da Serra das Velhas que, entre nós, surge associada à do Casamento das Novas, é mais uma prova daquilo que foi dito sobre o significado profundo do Entrudo: encerra-se o ano velho (manifesto na queima do entrudo e no serrar das velhas) e celebra-se a entrada do novo ano que se deseja fértil (casamento das novas). As datas, tão distantes do calendário civil, marcam o compasso da Natureza que, tendo morrido durante o Inverno, ressuscita na Primavera, oferecendo-nos uma terra reverdescida que anuncia abundância. As raízes destas cerimónias devem ser tão antigas como as primeiras sociedades agrárias que, aqui no nosso cantinho português, datarão do quinto/ quarto milénio antes de Cristo. Do cimo da Serra, a nossa anta vela, desde então, para que o ritual se cumpra.
Dado que no ano passado escrevi sobre o Casamento das Novas, este ano escreverei sobre a Serra das Velhas. Velha, lembremo-nos, é toda a mulher que tem netos.
Os rapazes juntam-se e, munidos de embudes, de caldeiras ou caldeiros (fingindo que são de madeira ou de cortiça) e de uma grande serra, percorrem o povo todo (esta cerimónia é acompanhada pelos raparigos). À porta de cada mulher a serrar, gritam:
– Vamos serrar a Senhora...?
– Vamos!
– Para o que é que há-de servir o corpo dela?
– P'ra umas varas para o carro (ou cabos de navalha; engarelas; estadulhos; portas; caixilhos da janela...)
Enquanto serram a mulher, fingindo serrar o caldeiro (ou a caldeira), os rapazes proclamam em altas vozes para os garotos presentes:
– Chorai, filhos da cadela,
...Que vos morreu a avó da Portela!
Na noite desse mesmo dia, dois rapazes tratarão de casar as novas. Agora, alguém que esclareça como se faz a escolha do noivo: são os rapazes todos ou são só aqueles dois que combinam entre si? E quando é que se tomam as decisões? No próprio dia, dias antes, ou na própria da hora? Fico à espera da resposta.
________________
Creio que calha bem falarmos, aqui, das atraganices do Entrudo que, lembro, prometi acrescentar.
Durante os três dias do Entrudo, casa em que se descuidassem com a porta aberta era casa marcada: cântaros de barro repletos de cinza e imundícies eram lançados lá para dentro, escaqueirando-se e espalhando a porcaria. Tempos antes, a rapaziada – é de festa de rapazes que se fala em se tratando do Entrudo – ia tomando nota do sítio onde houvesse um cântaro para roubar. Quantas vezes não era um filho da própria casa a fazê-lo!
Quanto mais proenta e bem apessoada fosse a rapariga, maior o assédio para lhe estrampalhar a figura. Nas palavras do Sr. Américo, as raparigas eram sacrificadas porque os rapazes perseguiam-nas com ovos, farinha, cinza, fuligem, graxa e ainda uma composição de cortiça queimada com azeite. Os rapazes não descansavam enquanto a não pusessem numa lástima. Diz-nos o Tonho do tio Arnaldo que, certo dia, ele, o Ferreira, o Zé Maria, o Jorge Pilatos, o Artur Carteiras e o Pintassilgo fizeram um cerco à casa do tio Alípio para lhe apanhar a filha Fátima que andava sempre bem vestida e penteada. Avisada, ela ainda se escondera, mas de nada lhe valeu e a brincadeira deixou-a num estado deplorável. Tenho a certeza de que a zanga por se ver enfuliçada e descomposta foi superada pelo riso que tal caricatura suscita!
Que tudo isto não passa de brincadeira – mas brincadeira de rapazes – está nesta história que vou contar. Certo Entrudo, os meus sobrinhos pequenos chegaram ao pé de minha mãe e pediram-lhe:
– Ó avó, dê-nos farinha!
– Para que a quereis?
– Para atirar às raparigas!
– Ai sim?! Então, tomai lá também os ovos!
Vendo o sucesso dos primos, as sobrinhas decidiram fazer o mesmo pedido, mas ouviram em resposta:
– Não, porque isso é só para os rapazes!
Pelos vistos, o folguedo até deu origem a nomeadas: “Farinhoto” foi nome que recebeu o Alexandre do tio Alípio, por ser tão amigo de enfarinhar e o padrinho foi o Alfredo da tia Celeste!
Os disfarces eram, quase, uma obrigação. Os risos que provocavam e as anedotas a que davam origem seriam pateados durante muito tempo, animando a quietação do Inverno. Ningém levava a mal! Conta o Tonho: Uma vez disfarcei-me de velhinha e, juntamente com dois ajudantes novos para me ampararem, fomos a casa da minha madrinha a tia Maria. Varri-lhe a cozinha toda com um vassouro de giesta, sem que ela me reconhecesse. No fim, puxou da carteira par me dar uma coroa dizendo: “Obrigada, minha senhora... ainda não estava muito suja, mas já fica varrida para amanhã...”
A terça de Entrudo era o dia mais animado e, à tarde, o povo reunia-se para assistir a uma pantomina. Diz o senhor Américo que qualquer acontecimento com graça servia de motivo para ser representado nosdias de carnaval. Em geral toda agente admitia a brincadeira mas houve um caso que tomou proporções dramáticas. Recordo o meu primo Toninho(emigrou para o Brasil), filho do tio Benjamim, que dançava em casa com uma dobadoura. Isto veio para a cena e com sucesso correu o povo, até que o Toninho apareceu e daí o espectáculo virou em grande pancadaria. O Tonho lembra-se de um cortejo (certamente de meados dos anos 70 porque alude à contratação do futebolista Cubillas pelo FCP), mas diz que o habitual era fazerem-se peças de teatro, destacando uma, representada à porta da Casa do Povo, cujo tema era a ida à tropa, entre um capitão e um soldado da família Vascos. Dessa peça, diz-nos a Céu, ficou célebre uma frase: "Bem-haja o tiu soldarado, que boubou por onde é q'ou boubo". Confesso que, se não fosse a explicação da Céu, não teria percebido patavina desta frase que deve ter tido muita graça para ter ficado na memória de quem a ouviu. Para quem ficou tão atrapalhado como eu, aqui fica a descodificação: O soldado pediu um copo de água a uma senhora e quis beber pelo mesmo copo por onde ela bebia. A senhora ficou contente pelo facto de ele não ser "esquisito" e, batendo palmas, quis dizer: Bem haja o tio soldado que bebeu por onde eu bebo".
Diz, também, o Sr. Américo (o que é uma novidade para mim, mas ele é que deve saber bem) que havia caretos no Entrudo! Quanto aos caretos nos dias de carnaval havia sim e às vezes mais que um. Os protagonistas mais conhecidos eram o tio Aniceto, o tio Virgílio (o Pássaro) e ainda o Zé Carroucho. A tia Purificação (emigrada para o Brasil) dominava as brincadeiras com um grande rol de marafonas. A tia Carroucha, uma das animadoras, aparecia com a sua concorrência. Lembro-me da quadra de sua autoria:
.........................Não cortes a flor ao feto
.........................Nem a raiz à serralha
.........................Que é o sustento das moças
.........................Enquanto não se sega a palha.
Além da Casa do Povo, as peças podiam ser representadas no Prado ou na Casa da Aula. Do elenco fazia parte toda a mocidade. Os desfiles contavam com dançarinos vestidos a preceito: calças pretas e camisa branca. Um lenço enfiado numa caixa de fósforos fazia de gravata. As meninas iam sempre lindas (maquilhadas, quase sempre, pela tia Etelvina), de saia rodada e garrida, lenços de diversas cores na cabeça e blusa raiada ou às bolas, coisas que despertassem a atenção dos muitos presentes, radiantes com as anedotas e cantares. Os cortejos integravam cantigas e o Tonho mandou duas que foram cantadas algumas vezes. A primeira conhecia-a como jogo de roda, mas a segunda, que servia de despedida, desconhecia-a em absoluto. A métrica, a rima e o vocabulário fazem-me suspeitar da origem delas, por não parecerem nascidas do povo (e é tão estranha aquela má gramática do quarto verso da primeira cantiga…). São estas, as cantigas:
...............Viva Rebordainhos, terra de beleza
...............Aldeia do Norte com tanta riqueza
...............Marcha de alegria nos traz o desejo
...............De nós festejar este lindo cortejo
...............Até nos nossos cantares,
...............Ao longe tudo espanta
...............Parece querer imitar
...............Com seu murmurar
...............As canções que a gente canta
...............Com o meu par bem enfeitado
...............Andamos de braço dado
...............Pelas ruas a marchar..
...............Ai! sendo assim desta maneira
...............Levarei a vida inteira
...............A rir e a cantar!!!
.........................Não cortes a flor ao feto
.........................Nem a raiz à serralha
.........................Que é o sustento das moças
.........................Enquanto não se sega a palha.
Além da Casa do Povo, as peças podiam ser representadas no Prado ou na Casa da Aula. Do elenco fazia parte toda a mocidade. Os desfiles contavam com dançarinos vestidos a preceito: calças pretas e camisa branca. Um lenço enfiado numa caixa de fósforos fazia de gravata. As meninas iam sempre lindas (maquilhadas, quase sempre, pela tia Etelvina), de saia rodada e garrida, lenços de diversas cores na cabeça e blusa raiada ou às bolas, coisas que despertassem a atenção dos muitos presentes, radiantes com as anedotas e cantares. Os cortejos integravam cantigas e o Tonho mandou duas que foram cantadas algumas vezes. A primeira conhecia-a como jogo de roda, mas a segunda, que servia de despedida, desconhecia-a em absoluto. A métrica, a rima e o vocabulário fazem-me suspeitar da origem delas, por não parecerem nascidas do povo (e é tão estranha aquela má gramática do quarto verso da primeira cantiga…). São estas, as cantigas:
...............Viva Rebordainhos, terra de beleza
...............Aldeia do Norte com tanta riqueza
...............Marcha de alegria nos traz o desejo
...............De nós festejar este lindo cortejo
...............Até nos nossos cantares,
...............Ao longe tudo espanta
...............Parece querer imitar
...............Com seu murmurar
...............As canções que a gente canta
...............Com o meu par bem enfeitado
...............Andamos de braço dado
...............Pelas ruas a marchar..
...............Ai! sendo assim desta maneira
...............Levarei a vida inteira
...............A rir e a cantar!!!
...............--------------------
...............Rebordainhos terra branquinha
...............Ao pé da serra a brilhar
...............És uma bela donzela és uma alma a rezar
...............Ao pé da fonte brilhante
...............Com seu manto de ternura
...............Olhas os pais confiante
...............E para os pobres com ternura
...............Trazemos todos a saudação
...............A este povo que é nosso irmão
...............Aqui viemos com fé em Deus
...............Senhores e Senhoras dizemos-lhe adeus!
_________
Nota explicativa: embora me tenha sido enviada para exemplificar os teatros de entrudo, a fotografia que ilustra a última parte deste artigo mostra um teatro que se realizou para celebrar o dia da casa do povo (em data que não pude precisar). As actividades desse dia realizaram-se a pedido do tio Jaime (e do sr. Herculano?). Além do teatro que a fotografia captou num instantâneo que o documenta, fizeram-se, também, danças folclóricas cuja fotografia já tinha sido publicada por nós.
33 comentários:
Nota de edição
Gostaria de ter feito coincidir a publicação do artigo com a data certa da cerimónia da Serra das Velhas, mas não obtive resposta. Paciência! Em todo o caso, se a festa se realizar e se alguém tirar fotografias, agradeço que mas faça chegar, para as publicar. Sempre ficarão melhor do que aquela montagem que tive que fazer para poder ilustrar o artigo.
Tonho
Obrigada pelo enorme contributo que deste para as brincadeiras do Entrudo. Se não fosses tu, o trabalho teria ficado muito incompleto.
Como digo no artigo, desconhecia a segunda cantiga. Ainda ma hás-de ensinar. Quanto à primeira, só no penúltimo verso é que a "minha" versão se distingue da tua. Tu dizes: Viverei a vida inteira... e eu aprendi a dizer Levarei a vida inteira...
Sobre a queima do entrudo: a certa alura (quando terá sido?), as pessoas devem ter começado a ficar muito susceptíveis, porque a minha mãe contou-me que era queimado, todos os anos, à frente da casa onde tinha sido deixado. É uma pena que tenham deixado morrer esta parte. Ficou zangada um ano? Havia de o receber sempre, até que a zanga lhe passasse, e com dizeres parecidos com estes (são verdadeiros!):
Este boneco quem o fez
Foi o visconde das Arcas
Põe-lhe a boca debaixo do cu
Que ele te cairão as papas!
Então não era? Deixar morrer a festa e a tradição por causa de uns comichosos é que me não parece bem!
Beijos e muito obrigada, outra vez.
Fátima: os agradecimentos são sempre bem-vindos, mas, com toda a franqueza, os nossos leitores só devem agradecer-te a ti, e orgulharem-se do empenho, e sobretudo, pela fabulosa memória que Deus te legou. Tens tú razão... "levarei a vida inteira)
Tantos pormenores que relembro na tua versão da "serra das velhas!..Ainda puto, em casa do Sr. Pe, recodo uma vez, já alta noite, estavam serrando a tia Angélica, e nós, em casa vizinha, como todas as noites, eperando pela benção da mesa, seguido da reza do terço, pedi para me dispensarem aquela noite, ansioso por seguir o grupo,e a resposta foi uma punição de joelhos a rezar até que os embudes deixaram de se ouvir. No dia seguinte comentavam-se os casamentos, e os dotes.Boa ideia o link para o casamento, que aíás eu não tinha visto, e admirei, apesar de ousado no vocabulário.Quanto aos casamentos,eram vários os chefes mais desavergonhados quem escolhiam, alguns combinados, outros ajusto de contas, e ainda os protectores das suas amadas. Revezavam-se de tempos a tempos, porque se tornava cansativo para a voz.
Estes últimos versos foram cantados no prado num recital de várias peças, com a Jacinta do tio Alfredo entre outros, onde tivemos a surpreza dum cortejo vindo de Vilar-Douro, mágnifico tanto nas danças como nas interpretações e vestimentário. Beijos para ti, que tanto mereces, por tudo quanto nos ofereces no blog. dos grandes, embora humildes. António Brás Pereira
Creio que tudo quanto já foi aqui
apresentado sobre os carnavais terá
sido muito elucidativo embora haja
ainda muito para dizer. Qualquer
acontecimento com graça servia de
motivo para ser representado nos
dias de carnaval. Em geral toda a
gente admitia a brincadeira mas
houve um caso que tomou proporções dramáticas. Recordo o meu primo
Toninho(emigrou para o Brasil),
filho do tio Bemjamim, dançava em
casa com uma dobadoura. Isto veio
para a cena e com sucesso correu o
povo até que o Toninho apareceu e
daí o espectáculo virou em grande
pancadaria. Quanto aos caretos nos
dias de carnaval havia sim e às
vezes mais que um. Os protagonistas
mais conhecidos eram o tio Aniceto,
o tio Virgílio (o Pássaro) e ainda
o Zé Carroucho. A tia Purificação
(emigrada para o Brasil) dominava as brincadeiras com um grande rol
de marafonas. A tia Carroucha, uma
das animadoras, aparecia com a sua
concorrência. Lembro-me da quadra de sua autoria:
Não cortes a flor ao feto
Nem a raiz à serralha
Que é o sustento das moças
Enquanto não se sega a palha.
As raparigas eram sacrificadas
porque os rapazes perseguiam-nas
com ovos, farinha, cinza, fuligem,
graxa e ainda uma composição de
cortiça queimada com azeite.
Um abraço para todos
Américo
Tonho
Caramba, lá em casa não se fazia a coisa por menos!
Obrigada pelas explicações que deste e pela tua gentileza sempre tão grande.
Beijos
Sr. Américo
Já dei o dia por ganho! Aprendi que havia careto no Entrudo e aprendi que não era só um!
Muito obrigada por aquilo que nos contou. Já acrescentei ao texto publicado.
Beijos
Afinal, eu sempre tinha razão quando referi num comentário, a presença do careto no entrudo...
Pelos vistos, não estava tão baralhada em relação às datas!...
Quanto à serra das velhas, lembro carinhosamente um momento bem divertido:
Tinha nascido o nosso Luís e aguardávamos o momento. Iriam serrar a nossa mãe?
Os rapazes aproximavam-se e, ouvimos próximo da nossa casa o som da serra. Fomos espreitar e vimos o Gilberto bem compenetrado no acto de serrar.
Como na vizinhança, para além da mãe, ninguém tinha sido avó, foi fácil deduzir...
De repente, a mãe "varreu-nos" para o lado, abriu a porta e...atirou-lhes com um tição a arder dizendo:
"serrai este, a ver se são capazes!"
Este facto, foi motivo de grande risota entre todos os intervenientes e, mais uma vez,calhou na rifa o Gilberto!
Bjinhos
Olímpia
António
Tu tens e "tinhas" muito jeito para estas coisas! Tudo certinho como descreves as diversões daquela época. Lembro-me muito bem dessa peça assim como das danças e dos cantares.
Obrigada por fazeres recordar mais uma vez feitos da nossa juventude.
Bjinhos
Céu
Fátima
Atenta como sempre às tradições na altura própria.
Então era assim: O soldado pediu um copo de água a uma senhora e quis beber pelo mesmo copo onde ela bebia. Daí que a senhora ficou contente pelo facto de ele não ser "esquisito" e batendo palmas quis dizer: Bem hja o tio soldado que bebeu por onde eu bebo".
Beijinhos
Céu
Senhor Américo
Seja bem aparecido, que bom vê-lo de volta!
De facto sempre ouvi dizer quando eu era criança, que a minha avó Camila era uma das pessoas que mais animava o Carnaval e também das peripécias que ela inventava.
Graças à Fátima que mantém esta página viva para revivermos recordações que muitas vezes estão adormecidas.
Beijinhos
Céu
Olímpia
Desse episódio também me lembro muito bem... a primeira vez que a mãe foi serrada!!!
Já quanto os caretos no entrudo é memória que não tenho - nem a Amélia, de acordo com o que conversámos.
Beijos
Céu
Obrigada: pelo que me dizes e pela explicação que deste. Vou já acresentá-la!
Beijos
Olá Fátima e todo o pessoal.
Queria apenas se me permitem esclarecer duas ou três coisas que na minha opinião não estarão certas mas é só a minha opinião, mas não quer dizer que eu esteja certo. Em relação ao texto da aldeia dos Pereiros e ao Fidalgo dos pereiros eu acho que o fidalgo era o senhor Emílio esse sim era conhecido como Fidalgo dos Pereiros.
Quanto ao batizado Do Alexandre "farinhoto" realmente foi batizado no dia de carnaval, mas o padrinho não foi o Sérgio "cerdeira" como vocês dizem, mas sim o Alfredo da Celeste.
Quanto à fotografia que apresentais para descrever o carnaval. A peça de teatro que é representada nessa fotografia não foi no carnaval e um dos actores não é o que a Céu diz a não ser que a Céu se refira a outra peça de teatro, porque quem são os actores sou eu e o meu irmão António e a peça é da autoria da Céu do tio Hermínio.
Vocês já imaginaram as pessoas a assistirem uma peça de teatro em camisas de manga curta no mês de fevereiro?
Já agora um obrigado para todos pelos parabéns do mês de Fevereiro.
Beijos.
Carlos Pereira
Ora viva, Carlos, meu querido primo!
Antes de mais, desculpa a demora na resposta, mas estive fora durante o fim-de-semana e só cheguei agora a casa.
Aqui não tens que pedir permissão para nada porque a casa é de todos nós e, se queremos um trabalho bem feito, não só há que pedir, como há agradecer as correcções que nos são feitas. Sendo assim, obrigada por aquelas que fizeste.
Sobre o "fidalgo" dos Pereiros, vou esperar pela Páscoa, para perguntar por lá. A minha irmã Amélia confirma a versão do Tonho da tia Lídia, mas há que tirar a prova dos nove.
Sobre o "baptismo" do Alexandre, provavelmente, falaste com o Fredo, para teres tanta certeza. Certamente o teu irmão Tonho não se importará que mude o que ele escreveu, para que a história fique conforme à verdade. Com que então, o nosso Fredo tem um afilhado???
Sobre a fotografia: a minha Augusta já me tinha chamado à atenção para ela, mas disse-me que não mudasse, uma vez que tinha sido o Tonho a enviar-ma. Disse-me mais: que essa peça e umas danças folclóricas tinham sido feitas a pedido do tio Jaime, para comemorar o dia da casa do povo. A fotografia das danças já foi publicada aqui:
http://rebordainhos.blogspot.com/
2009/07/rostos_18.html
Eu já tinha reparado nos actores que estavam em cena, mas olhava para o das barbas e dizia que era o teu irmão Tonho; e olhava para o que não tem barbas e parecia-me o teu irmão Tonho... sem barbas!!! Nas fotografias sois bem parecidos, carai!
Agora, em vez de retirar a fotografia, parece-me melhor acrescentar uma nota a explicar ao que ela se refere. Concordas?
Deste-me outra novidade: então a Céu do tio Hermínio é capaz de escrever peças de teatro que divertem o povo todo (bem se vê pelo riso estampado nos rostos) e não se junta a nós? Quando a vir já lhe digo!
Um grande beijo para ti, Maria e vossas filhas. Se os vires, dá também beijos ao Fredo, Mário e respectivas famílias.
Ora então,
Quem compra os fusos
Tortos e dreitos
Carrampachudos na ponta
Hó laré quem compra
Não creis mais P....Morais!
Não creis não C.....Lanção!
Popular
Rebordas
Popular, uma ova! Era um vendedor que ia lá por Rebordaínhos (tenho que perguntar aos meus irmãos de onde ele era)e fazia essa arenga toda! O meu irmão Pedro faz-nos chorar a rir, de cada vez que se põe em altas vozes a dizer essa!
Aqui, embora não seja habitual usarmos linguagem desbragada, não cortamos as "palavras feias" quando elas se justificam (eu própria, que sou incapaz de as dizer, escrevo-as em se justificando, como é o caso).
A versão que o meu irmão Pedro diz é, só, ligeiramente diferente da sua:
Quem compra os fusos
Tortos e direitos
Carrampanchudos na ponta?
Quem compra, olaré quem compra?
Não quereis mais, putas de Morais?
Não quereis, não, cornos de Lanção?
(Na última frase não sei bem se é ponto de interrogação, se ponto de exclamação.)
Com estas e outras se prova que o espírito folgazão não precisa do entrudo para se manifestar.
Beijos
Olá Fátima
Foi com muiuto agrado que li a resposta ao meu comentário, dizias que a Amélia confirmava a versão do António da tia Lídia, então se calhar havia dois fidalgos nos Pereiros, porque eu só conheci o que eu digo o senhor Emílio.
Na Páscoa informa-te bem e diz alguma coisa.
Quanto à questão do Alexandre, é verdade falei com o Alfredo antes, mas eu já tinha a certeza e ele diz que o nosso primo Sérgio nem estava presente, havia outras pessoas, mas não ele.
Quanto à fotografia deve ficar onde está, embora a peça de teatro não fosse para o carnaval, faz lembrar o bom ambiente, a camaradagem e a amizade que existia nesse tempo entre os jovens. Quando eu disse que a peça era da autoria da Céu, eu queria dizer que a Céu teve a ideia do tema, depois cada um dava a sua opinião até que se conseguiu uma peça de teatro, que fez rir toda a gente da aldeia de Rebordaínhos.
Espero que o meu irmão não leve a mal por esta correcção.
Beijos para todos.
Carlos Pereira
É verdade que foi mais uma improvisação, como acontecia quase sempre. Peças verdadeiras teatrais tivemos uma, que o José Maria pediu a gentes da comédia. Tinha eu um grande texto que decorei, mas, como me chateei com o Zé, arranjamos a nossa própria revista. Com a Jacinta do tio Alfredo tivemos o seguinte diálogo cantando: Olá ó minha menina
peço que me dê atenção
tem uns olhos tão bonitos
que ferem meu coração.
____________________
Não me venha com essas palavras
porque é conversa perdida
ainda não sei namorar
que ainda sou muito novinha; o meu nome é maria vivo com minha madrinha...etc.
A Augusta tem razão. Foi o tio Jaime que nos pediu para organizar algo em comemoraão à casa do povo.
Quanto à foto, não sei das datas, pelo que levar a mal seria ridiculo. Sei sim que havia muita gente e que gostaram. Quanto à alcunha não tinha certezas, e como o Sérgio batizou a maior parte da gente nova... mas, o seu a seu dono, que também se prestava para tais funções. Também tenho ideia de que chamavam fidalgo ao Sr. Emílio, se era alcunha ou não... Julgo que familiares do Ramiro também podem ter algo a ver.
Abraços para os que residem na França e para os de cá. António B. Pereira
Carlos
Sou eu que agradeço, mais uma vez, porque me permites voltar ao assunto do "fidalgo". Para responder ao comentário do "Rebordas" telefonei ao meu Pedro e aproveitei para lhe perguntar o nome do "fidalgo" e ele respondeu que era Emílio, dando-te razão. Agora são dois contra dois, tenho mesmo que confirmar!
Ainda o caso das nomeadas: quem é que pôs "cerdeira" ao nosso Sérgio? E, já agora, sabes porquê?
Obrigada por concordares com a solução para a fotografia e pelas explicações que deste sobre a peça - explicações que acrescentam muito àquilo que sabia sobre o modo como essas coisas se processam entre nós.
Beijos
Tonho [Braz]
Afinal, já são três contra dois, no caso do Fidalgo!
Não voltes a gabar a minha memória, porque ao pé da tua não é nada! Caramba, ainda sabes de cor o texto da peça! No ano dessa representaram-se duas peças ou só uma? Tinha graça que fossem as duas...
Beijos
Ora vivam todos:
Assim está bem! A coisa assim compostinha e animada, dá mais gozo! E que agradável é ler notícias daqueles que, sabemos que nos seguem e, finalmente deixam-se de vergonhas e aparcem. Por isso, MUITO BEM APARECIDO, Carlos. Mas a coisa ainda não está tão completa quanto seria desejável. E a tua filha Cecília, sabe ao que me refiro. Por isso, agora além duma resposta tua, espero também uma resposta dela.
Ao António, apenas lhe lembro que esta fotografia se refere à mesma comemoração do dia da casa do povo onde eu e o Mário do sr. Orlando entrámos com aquela coisa da bolinha do nariz. Mas independentemente de ser no carnaval ou no verão (como foi o caso), sou da opinião do Carlos. Não importa o onde, ou quando, importa sim a disponibilidade e alegria de participar nestas iniciativas comunitárias que, para além do fim a que se destinavam, tinham o dom de nos unir. Venham mais dessas, e eu estarei disponível. Não há gente nova? Faz-se com a gente que temos. Unamos as mãos.
E para não me alongar mais, mando beijinhos a todos, principalmente aos nossos primos residentes em França, e que continuem a aparecer.
Foram representadas as duas peças no mesmo dia, Fátima. Uma no Prado a outra na casa da escola, a horas diferentes, como é óbvio, e as pessoas aproveitaram. Até eu zangado com o Zé fui até lá meio escondido para ver se o meu substituto era tão bom ou melhor que eu a representar, acompanhando, pois sabia tudo de cor das duas peças.
Beijos António Brás Pereira
ola Fatima e a todos os colaboradores. olha com o respeito ao Fidalgo dos Pereiros eu tambem sempre ouvi dizer que era o senhor Emilio. Se procurares em Rebordainhos, tenho quase a certeza que toda a gente diz que é o senhor Emilio. Beijos.
Augusta, estas a ver so custa mesmo começar mas é muito mais façil visitar que comentar. Beijos
Se nao voltar a comentar desejo boa pascoa a todos. Belisario
Olá pessoal:
Mamãe Élia nasceu nos Pereiros (eu também), onde viveu até seus 31 anos, época em que nos mudámos para Rebordainhos. Falei há pouco com ela e perguntei sobre essa história do Fidalgo dos Pereiros, ao que me respondeu que esse fidalgo ainda não existia por lá até à época em que nos mudámos e que ela, do alto dos seus oitenta e três anos, não lembra mais do nome dele, mas lembra que ele era alfaiate e foi quem ensinou o ofício a mais uns três que existiam por aí nas redondezas. Que não tem certeza, mas parece que ele ainda é vivo e mora em Bragança com uma filha.
Bem pessoal, isso é tudo o que consegui. Se não ajudar, acho que também não vai atrapalhar.
Abraços
César
Tonho [Braz]
Até parece mal dizer isto, mas parece que desse mal nasceu um bem!!! O povo tirou barriga de misérias do teatro.
Beijos e obrigada pelo esclarecimento.
Tonho [Belisário]
Tu nem imaginas como as vossas intervenções me deixam satisfeita!
Pelos vistos, o nome de Emílio está a tornar-se consensual. Esperar pela Páscoa só vai servir, mesmo, para que não reste dúvida nenhuma.
Beijos para ti e para os teus.
Baptista
(Então tu és do meu mês?)
Não há dúvidas que esta página é a nossa terra! Conversamos uns com os outros como se lá estivéssemos, e uma sensação de conforto cresce dentro de nós. De mim, pelo menos!
Origada pela tua achega, que é muito interessante.
Beijos
è verdade que tinha uma filha, o Sr, Emílio; e que se chamava Elisabete, Creio ter estudado, não sei mais nada. Um abraço para ti Brasileiro Português que agora até quer ser dos Pereiros. Abraços para o novo amigalhaço que só puchava para as asneiras; Blisa e todos os outros. António Brás Pereira
Para nós era a Elisabete. Aqui em Bragança era, e é a Elisa.
Sim estudou e foi enfermeira. Hoje está aposentada, mas ainda reside aqui.
Comentei com ela inúmeras vezes o facto da mãe dela lhe ter na escola uns chinelos de agasalho, para calçar nos dias de inverno,e substituir as galochas com que havia percorrido o caminho enlameado dos Pereiros.
Estão a imaginar a nossa admiração (inveja???)? Afinal, nós tínhamos socos feitos pelo tio Grilo.
Fátima, perguntavas quem tinha dado a nomeada ao nosso primo Sérgio e porquê? Francamente não me lembra.
Augusta, se ainda não tinha aparecido é porque ainda não tinha tido a oportunidade, mas agora é com grande prazer que vou dando notícias. Quanto à Cecília já falei com ela.
Beijos para todos, meus, da Maria, Sónia e Cecília.
Se não falarmos antes, uma Santa páscoa para todos.
P.S. Não comam muito folar, que faz engordar!
Carlos Pereira
Carlos
Que se lixe a engorda: estou farta da Quaresma de da abstinência das sextas. Haja folar, que marcha todo o que vier!
Obrigada pela resposta.
Beijos para todos vós
Meu grande amigo Braz, eu não quero ser dos Pereiros, mas com certeza foi lá que nasci e vivi até aos cinco anos de idade, bem como todos os meus irmãos, com exceção (ou excepção) do Vaz, Carlos, João e mais um que viveu pouquíssimos meses. Esses é que nasceram em Rebordainhos. Como vês, meu tempo de estada em Rebordainhos foi pouquíssimo. Com onze anos fui para o seminário de onde fui expulso nas férias da páscoa de 1969, então com quinze anos. Em setembro de 1969 fui morar em Lisboa, onde fiquei até Janeiro de 1976, quando vim para o Brasil e passei a morar em Belém, capital do estado do Pará até Junho de 2005. Agora moro num paraíso chamado S. Caetano de Odivelas e tenho como vizinho de frente um rio de água salgada, uma paisagem que mais parece de cinema... e muito sossego.
um grande abraço
César
Eu sabia tudo isso Batista; tava só a brincar contigo. Aliás para mim as gentes dos Pereiros são também de Rebordainhos. Havia rivalidades enquanto putos, e jogavamos a pedrada pelo lombeiro abixo. Às vezes corriam-nos eles outras vezes eramos nós. Fui sempre um grande amigo da vossa família, conhecendo todos os pormenores, até a tua ida para Lisboa, a trabalhar creio para um hotel. O Amigalhaço Zé sempreme contou tudo, como eu lhe contava tudo da minha vida. Por acaso já tinha visitado várias vezes o refoiosbragança@blogspot.com onde com o teu irmão abordastes esse facto.Quanto ao teu Paraíso terrestre, conseguiste deixar-me com inveja. Falamos mais no MSN ok. Um beijo ao pequerrucho, abraços para ti e cumprimentos para o resto da família. António B. Pereira
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