sábado, 28 de maio de 2011

O OLHAR DOS OUTROS

Habituamo-nos de tal modo a um ponto de vista que olhamos sempre como quem olha para o seu umbigo, ou seja, como se não houvesse alternativa. Reproduzimos mil e uma vezes o mesmo lugar, a horas e temperaturas diferentes, como se na nossa mente estivessem intentos de pintores impressionistas. O nosso amigo Chanesco olhou para os nossos lugares, viu-os de modo diferente e fez o favor de partilhar. Bem-haja pelo tanto que nos acrescentou. E tão belo!


Rebordaínhos(está lá ao fundo)visto a partir da estrada de Vale de Nogueira


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Hão-de perdoar a utilização do plural que não é majestático nem se quer referir a mais ninguém que não seja eu.

19 comentários:

Augusta disse...

caro Chanesco:
mas que belas imagens nos oferece da nossa aldeia. Apresenta-nos perspectivas que, não sei se por muito habituada, nunca me passariam pela cabeça.
Daquele tanque no pelourinho e onde tantas vezes brinquei, nunca (pelo menos que me lembre), me lembrei de observar a beleza que na realidade tem de todos os ângulos.
Grata pois, por nos ensinar a melhor conhecer a nossa aldeia.
Um abraço

Augusta disse...

Fátima:
obrigada a ti, por intermediares esta oferta.
Beijos

Isamar disse...

A cada um cabe um olhar diferente e descobrimos,muitas vezes, que há coisas belas "escondidas" dos nossos olhos por muito bem que conheçamos o que nos rodeia.Eu gosto muito do campo, da vida que lhe anda associada e das gentes que povoam as aldeias e lugarejos deste País que tanto amo.
Belas fotografias do amigo Chanesco.
Bem-haja, Fátima!

Abraço fraterno

Fátima Pereira Stocker disse...

Augusta

São fotografias lindíssimas, não são? Foram tiradas na altura da Páscoa do ano passado e já as tinha comigo há algum tempo, mas foram-se metendo outras coisas pelo meio e não me deu jeito publicá-las antes. Foi, exactamente, a fotografia do tanque do pelourinho que me fez exclamar como tu: como é que nunca vi isto desta maneira?

Beijos

Fátima Pereira Stocker disse...

Isabel

Que seria a vida sem a surpresa de um novo olhar? Foi isso que o Chanesco nos deu e que a minha amiga fez o favor de dizer tão bem: há coisas belas "escondidas" dos nossos olhos".

Beijos

Idanhense sonhadora disse...

Fátima , muito bonitas mesmo as fotos do nosso amigo e meu "vezinho " Chanesco .Diga-me : que estátua de cabeça coroada é essa ? Achei impressionante .
Um abraço
Quina

Fátima Pereira Stocker disse...

Quina

Trata-se da estátua de Nossa Senhora Rainha e tem uma história um pouco rocambolesca.

É da autoria de um primo de meu pai, o P.e David, da ordem de S. João de Deus. O p.e David era pessoa de muitas artes e deixou obra espalhada pelos quatro cantos do mundo por onde andou. Quis fazê-lo também em Bragança onde se estava a construir a nova catedral e idealizou uma enorme estátua de N.ª Senhora para colocar no exterior. Não sei se não teve tempo de concluir a obra ou se houve outros problemas. O certo é que o actual padre de Rebordaínhos, entistrecido por ver a cabeça de N.ª Sr.ª aos tombos nas arrecadações da catedral, teve a ideia de a levar para a terra natal do autor.

Era difícil encontrar uma peanha de dimensões adequadas ao busto. Escolheu-se aquela, de cantaria tosca tão ao nosso costume e colocou-se próximo de uma das entradas da ireja (há cerca de três ou quatro anos). A alguns parece um conjunto estranho, mas eu gosto. O olhar de Nossa Senhora, porque visto da nossa altura, parece mais doce e nós podemos devolver-lho e acarinhá-la, como filhos agradecidos.

Beijos

Damianas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Olímpia disse...

Quero desde já agradecer ao nosso amigo Chanesco por esta tão bonita forma de olhar a nossa terra.
Parabéns por tão belas fotografias que só se conseguem com os olhos dum grande artista.

Obrigada Fátima,por teres partilhado connosco estas lindas fotografias.

Bjos

Olímpia

Olímpia disse...

Fátima:

Tive que anular o comentário anterior pois aparecia como "damianas".
Como não sou muito letrada nestes assuntos, não sei como resolver o problema,pois tal só me acontece no Tsunami. Mudei para o Fujitsu e tudo correu bem.
Já te falei disto no fim de semana.
Vá lá o diabo entender...
Bjo

Olímpia

Fátima Pereira Stocker disse...

Olímpia

Antes de publicar, verifica com que "identidade" o estás a fazer. Se não for aquela que queres, clica em "terminar sessão".

Beijos

Anónimo disse...

Olá
Bons olhares os das vossas gentes, sobre essas terras.
Contem-me lá se por detrás dessa fonte, junto ao pelourinho, não existe um pequeno terreno a que se lhe dava o nome de "canteira"?
Tinha uma boas pereiras,de onde esbarrigavam belíssimas pêras...oh se tinha!
Lembrem-me já agora se o Padre David de que fala a Fátima é o mesmo que há muitos anos (pelo menos uns 40) estava no Telhal. Se é o mesmo de que se fala lembro-me dele como de pessoa muito importante,pois até... que nas várias visitas, já não sei a que seminarista, o meu pai falava dele com tanta admiração, que ao aproximar-me, sentia-me um ser pequenino e inferior.
Enfim coisas de criança! O que nunca tive foi conhecimento das suas aptências para a escultura, e pelo exemplo, parece-me ter sido pessoa bem desenferrujada.
Continuo a surpreender-me com as almas, que essa terra frutificou.
Um beijo a todos
Eduarda

Idanhense sonhadora disse...

Fátima , ainda bem que tomaram essa opção , pois acho que ficou mesmo impressionante mas no bom sentido .. Sentimo-nos pequeninos , como na verdade somos , ao contemplá-la . Gosto , sinceramente
Um abraço
Quina

Chanesco disse...

Fátima

Essa questão de um olhar diferente é verdadeira.
Mas bem pode uma imagem valer as tais mil palavras: se for de forasteiro, por mais eloquente que essa imagem seja, nunca traduzirá o sentir provocado por uma simples frase dita por alguém que ame a sua terra como acontece aqui no Rebordainhos.

Obrigado pela vossas palavras de apreço.

Um abraço para Rebordainhos

Fátima Stocker disse...

Salve, Eduarda!

Começando pela canteira: fica por trás do pelourinho mas não é imediatamente por trás - é na rua de cima, mais ou menos paralela à que passa atrás do pelourinho. É a rua que vai do cimo da nossa eira (e do tio Piloto e de outros)até à casa do tio Alfredo Guerra. A última casa dessa rua, do lado esquerdo, é a da tia Ana Costa, mãe do sr. Carlos Chiote (agora a casa é dele). As pereiras continuam a existir por lá e são, de facto, uma tentação! As de cima devem ser do Sr. Lopes e as de baixo devem ser da tia Delfina (se me não engano).

O padre David era uma pessoa de grande simplicidade, apesar dos cargos importantes que ocupou dentro da ordem. Não te posso afirmar se era ele que estava no Telhal, mas é possível que sim, tendo em conta a orientação assistencial dos irmãos hospitalários de S. João de Deus. No entanto, em 1970 estava ele no Brasil (em Petrópolis) a fundar um lar de que seria director (Não sei há quanto tempo lá estaria).
O teu pai também poderia estar a referir-se ao padre Carlos, irmão do David, mas esse era dos salesianos (foi director durante muito tempo dos salesianos de Manique do Estoril onde era cohecido por P.e Homero, do seu primeiro nome). O p.e Carlos era, no entanto, pessoa muito diferente do irmão.

O p.e David compôs a música e a letra de alguns hinos (que eu saiba, tocava guitarra, pelo menos)e criou algumas esculturas que embelezam espaços no Brasil e em Portugal. Se quiseres ver outra, vai aqui:

http://estatuaria-micaelense.blogspot.com/

Depois de entrares procura a estátua de "Bento Menni".

Beijos e obrigada pelas tuas memórias que me fizeram rebuscar nas minhas.

Fátima Stocker disse...

Quina

Obrigada por gostar. Também eu gosto muito.

Beijos

Fátima Stocker disse...

Meu caro Chanesco

O que diz também é verdade, mas a verdade nunca tem só um lado. E quando alguém de fora faz o favor de nos ajudar a olhar para nós, está a contribuir para que outras frases possam ser escritas. Bem-haja por isso!

Um grande abraço

Anónimo disse...

Fátima
Pois se calhar era mesmo na rua de cima, sei que lhe chamavam "a canteira" e era pertença da minha avó, agora é do meu tio Orlando.
Estava e está, situada no centro da aldeia, e não tinha só pereiras, parece-me que também havia um, dois ou três castanheiros.
Mas como a minha "cachola" de vez em quando já barrila, posso estar enganada.
Um beijo grande
Eduarda

Anónimo disse...

Castanheiros não
Pode ser que houvesse alguma ameixeira