REGRESSO
Regresso às fragas de onde me roubaram.
Ah! Minha serra, minha dura infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram.
Mal eu surgi, cansado, na distância.
Cantava cada fonte à sua porta:
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos que o desterro esfarelou.
Depois o céu abriu-se num sorriso,
E eu deitei-me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso.
Miguel Torga
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Enquanto mão amiga me conserta o computador, emperrado vai para uma semana, sirvo-me do seu portátil e do meu disco externo para que esta página tenha alguma coisa de "novo" a oferecer. Certamente, todos os leitores conhecem este poema de Torga, mas como sabe sempre bem relê-lo, aqui vo-lo deixo com os desejos de um bom fim-de-semana.
5 comentários:
Por muito que se leia Torga, é sempre bom reler.
Um abraço e bom fim de semana
Os poemas são sempre bem-vindos para os leitores que por aqui passam e são centenas. Espero que recuperes brevemente o computador, entretanto, passa um bom fim de semana com saudosos beijos.
É bom que muita gente ainda escute a voz da terra. Talvez um dia voltemos a "encontrar" Torga, calcorreando esses montes e fraguedos.
A todos
Estou muito grata por terdes recebido com alegria este texto que é dos meus preferidos de Torga: fragas e carvalhos!
Beijos
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