sábado, 21 de novembro de 2015

"UN JOUR AU MAUVAIS ENDROIT"

A canção abaixo foi escrita a propósito da barbárie de dois linchamentos em Grenoble: Kevin e Sofiane, dois jovens, foram esfaqueados por outros vinte. Corria o ano de 2012. Impressionou-me profundamente a descrição dos acontecimentos feita pela mãe de Kevin: "Ils ont tué comme si c'était un jeu, un jeu collectif, un jeu pervers, où les frontières du réel et du virtuel se confondent, comme s'ils se trouvaient dans un jeu vidéo où l'on peut 'rejouer', ou dans un film que l'on peut rembobiner" (daqui). Na nossa língua: "mataram como se se tratasse de um jogo, um jogo de grupo, um jogo perverso, no qual se confundem as fronteiras do real e do virtual, como se estivessem num jogo de vídeo que se pode repetir, ou num filme que se pode rebobinar". Foi assim que vi e revi as imagens dos atentados em Paris: aqueles criminosos parecia que estavam a "brincar" num jogo de vídeo.

Da canção, importa-me o título ("Un jour au mauvais endroit" - certo dia, no lugar errado) e, sobretudo, o refrão: "Plus jamais ça!" Nunca mais!



8 comentários:

Anónimo disse...

Os atos de barbárie assassina a que temos vindo a assistir nos últimos dias desenrolam-se no quadro muito mais vasto da decadência da civilização judaico-cristã que, ao longo dos últimos dois milénios, também não se pode dizer propriamente que tenha trazido ao mundo um tempo de paz e amor entre todos os homens.
O sistema educativo ocidental, frequentado obrigatoriamente pelos terroristas até aos dezasseis ou dezoito anos!, transformou-se numa selvajaria, onde mais de 80 % dos alunos são armazenados como burros entre fardos de palha numa estrebaria, e onde os professores são incentivados, pelo estado!, a nada ensinarem para não traumatizarem a juventude!
Por outro lado, nas escolas islâmicas aprendem com gosto que se puserem um cinto de explosivos em volta da barriga, que façam detonar no meio de um magote de infiéis, têm lugar garantido no paraíso, onde não sei quantas virgens os aguardam ansiosamente. A capacidade de imaginação da mente humana não tem de facto limites!
Contra estas narrativas maravilhosas pouco ou nada pode a república francesa que parte do princípio de que os homens para serem bons não precisam da religião para nada. Os homens são, por natureza, todos livres, iguais e irmãos entre si!
- E tu - perguntam-me os leitores- tens alguma solução para o problema dos terroristas jihadistas?
- Não, eu não passo de um humilde filósofo amargurado com as notícias de sofrimento e morte de tanta gente inocente! Só posso ajudar com a minha solidariedade!

JE SUIS PARIS!

Augusta disse...

Apraz-me citar a parte final da canção:

"Plus jamais, plus jamais, plus jamais ça
Plus jamais, plus jamais
Non pour nos frères plus jamais ça"

E sim, nous sommes Paris.

Fátima Pereira Stocker disse...

Anónimo

Palavra de honra, que não sei do que está a falar. Contudo, apetece-me citar-lhe algumas expressões de uma vítima, Antoine Leiris, cuja mulher foi assassinada no Bataclan:

Não tereis o meu ódio

(...)responder ao ódio com a cólera seria ceder à mesma ignorância que fez de vós aquilo que sois.
(...)este rapaz
[o filho de 17 meses] vai fazer-vos a afronta de ser feliz e livre.

Cumprimentos

Fátima Pereira Stocker disse...

Augusta

Ontem, apeteceu-me ensinar a canção aos jovens do coro, para que todos a cantássemos bem alto à saída da missa.

Beijos

Elvira Carvalho disse...

Lamento as mortes em Paris, me Beirute, mo Mali, e em tantos lados onde o ódio se faz presente. A humanidade caminha inexoravelmente para a sua autodestruição, por causa do fanatismo de uns e da ânsia de dinheiro e poder de outros, que não têm pejo em fornecer aos primeiros as armas para estes actos. E era tão fácil acabar com isto. Bastava que os homens, seguisse o último mandamento que Cristo nos deixou. "Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei"
Um abraço e bom Domingo.

Anónimo disse...

Fátima,

Podemos não responder com o ódio, mas se mantivermos o status quo como se nada se esteja a passar vamos começar a andar para trás, assumindo a condição de bestas integrais, como os caranguejos, porém destituídos de Consciência.
Na mudança civilizacional, que se impõe, devia-se começar por coisas pequenas como prender duxes criminosos ou restaurar a disciplina nas escolas. Mais claro do que isto, só água.

JE SUIS PARIS

Fátima Pereira Stocker disse...

Elvira

Sábias palavras!

Beijo

Fátima Pereira Stocker disse...

Anónimo

O que eu não entendo é essa sua fixação com as praxes académicas. O nosso conterrâneo Trindade Coelho escreveu uma obra muito interessante em que fala dessas coisas. Chama-se In Illo Tempore e devia ser de leitura obrigatória, quer para quem pratica as praxes, quer para quem as critica tanto.

Cumprimentod