terça-feira, 15 de janeiro de 2013

ORAÇÕES

Confesso-me: sou uma aproveitadora. Não perco uma oportunidade de pedir que me digam coisas que possa escrever, mormente se se trata daquilo que corre o risco de cair no esquecimento. Desta feita foi a tia Zulmira que, sem se enganar uma vez que fosse, me ditou a

ORAÇÃO DAS 12 PALAVRAS

(que deve ser dita quando a pessoa está para morrer)


- Custódio, amigo meu
- Custódio sim, amigo teu não
- Custódio, amigo meu
- Custódio sim, amigo teu não
- Se sabes as doze palavras, ditas e tornadas, diz-me a uma.
- Direi, direi, que bem a sei:
   A uma é a Santa Casa de Jerusalém
   Onde Jesus Cristo por nós morreu, amen.

         - Custódio, amigo meu
         - Custódio sim, amigo teu não
         - Custódio, amigo meu
         - Custódio sim, amigo teu não
         - Se sabes as doze palavras, ditas e tornadas, diz-me as duas.
         - Direi, direi, que bem as sei:
            As duas são as duas tabuinhas de Moisés
            Onde Jesus Cristo põe os pés
            A uma é a Santa Casa de Jerusalém
            Onde Jesus Cristo por nós morreu, amen.

                   - Custódio, amigo meu
                   - Custódio sim, amigo teu não
                   - Custódio, amigo meu
                   - Custódio sim, amigo teu não
                   - Se sabes as doze palavras, ditas e tornadas, diz-me as três.
                   - Direi, direi, que bem as sei:
                     As três são as três trindades
                    As duas são as duas tabuinhas de Moisés
                    Onde Jesus Cristo põe os pés
                    A uma é a Santa Casa de Jerusalém
                    Onde Jesus Cristo por nós morreu, amen.

         - Custódio, amigo meu
         - Custódio sim, amigo teu não
         - Custódio, amigo meu
         - Custódio sim, amigo teu não
         - Se sabes as doze palavras, ditas e tornadas, diz-me as quatro.
         - Direi, direi, que bem as sei:
            As quatro são os quatro Evangelistas
            As três são as três trindades
            As duas são as duas tabuinhas de Moisés
            Onde Jesus Cristo põe os pés
            A uma é a Santa Casa de Jerusalém
            Onde Jesus Cristo por nós morreu, amen.

- Custódio, amigo meu (...)
   diz-me as cinco.
- Direi, direi, que bem as sei:
   As cinco são as cinco chagas
   As quatro são os quatro Evangelistas
   As três(...)

- Custódio, amigo meu (...)
   diz-me as seis.
- Direi, direi, que bem as sei:
   As seis são os seis círios
   As cinco são as cinco chagas (...)

(...) As sete são as sete lâmpadas (...)
         (...) As oito são oito coros de anjos (...)
  (...) As nove são os nove juízes (...)
          (...) As dez são os dez Mandamentos (...)
        (...) As onze são as onze mil virgens (...)
       (...) As doze são os doze Apóstolos (...)

           - Custódio, amigo meu
- Custódio sim, amigo teu não
- Custódio, amigo meu
- Custódio sim, amigo teu não
- Se sabes as doze palavras, ditas e tornadas, diz-me as treze.
- Direi, direi, que bem as sei:
Treze raios tem a Lua
Treze raios tem o Sol
Reza, reza, Satanás,
Que esta Alma não é tua!

____________ ///____________ 
 Do fundo do coração, agradeço à tia Zulmira que teve a enorme gentileza e paciência de me aturar. Com a sua ajuda, esta oração, que eu não conhecia, tem aqui o seu registo e perdurará pelos tempos dos tempos. Muito obrigada também ao meu primo Toninho, seu filho, que tirou as fotografias e mas ofereceu.
Que Deus lhes pague os e abençoe.

11 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Minha amiga meus pais rezavam a oração das "doze palavrinhas ditas e retornadas" que se não era esta era muito semelhante. Depois que meu pai morreu minha mãe que já vinha tendo episódios de demência senil, acabou por ficar num estado em que eram muito raros os momentos de lucidez. Q engraçado é que quando estava lúcida e eu lhe pedia para ela dizer a oração ela não se lembrava, mas quando estava demente dizia a oração toda, tão rápida que nunca consegui aprendê-la.
Um abraço

antonio disse...

Tinha já conhecimento da oração, pela minha sogra e esposa, mas, não a consigo decorar... contudo, foi com grande alegria que verifiquei que a tia Zulmira continua linda! Prometi ir vesitá-la e ainda o não fiz, por ser tão longe, vou tentar guardar a foto se não te importas, e se a voltares a ver, ou se o Toninho vir a minha mensagem dá-lhe um beijinho grande. Beijos também para ti

Augusta disse...

A tia Zulmira é realmente uma enciclopédia cujos "conteúdos" nós devemos saber recolher e preservar. E essa tarefa tu tem-la desenvolvido com excelência. Assim ela continue, e assim tenhamos todos a vontade de proceder à recolha.
Beijos grandes para ela e para ti

Fátima Pereira Stocker disse...

Elvira

O mundo é pequeno: os nossos pais partilharam orações que a nós nos custam a aprender. Abençoada Internet que nos permite esta troca de saberes.

Beijos

Fátima Pereira Stocker disse...

Tonho

Pelos vistos, há bastante gente a conhecer a oração. Eu nem à minha mãe a tinha ouvido, nem à tia Helena. Mas fico contente por a ter aprendido, porque como eu haverá muitas outras pessoas.

Quanto à fotografia, guarda-a à vontade, e tenho a certeza de que o Toninho te dirá a mesma coisa. Ele costuma visitar o blog, e há-de transmitir o teu beijo à tia Zulmira com todo o gosto.

Beijos

Fátima Pereira Stocker disse...

Augusta

Obrigada. Era importante, de facto, que mais gente recolhesse e partilhasse.

Beijos

Olímpia disse...

Fiquei estupefacta. Bolas!...Com a idade da tia Zulmira, conseguir dizer duma só vez, uma oração deste tamanho, faz inveja a qualquer um. Deus lhe conserve aquela rica memória.
Para ela e para a Fátima, os meus parabéns

bjo

Olímpia

Fátima Pereira Stocker disse...

Olímpia

Muito mais difícil do que dizer de uma assentada é ditar e ter de parar para dar tempo a quem escreve. Não perder o fio à meada é difícil para qualquer um, o que releva ainda mais o estado da memória da tia Zulmira.

E mais: como sabes, prometi que lhe levaria lã para ela me fazer umas meias quentes para o Inverno.SEM ÓCULOS!

Beijos

Anónimo disse...

Uma longa oração... para uma longa viagem.

Chanesco disse...

Fátima

Valham-nos o olhar vivo a tia Zulmira (belas fotografias) e de pessoas como ela, cujas memórias nos ajudam a recontruir e a preservar a história das nossas gentes.

Um abraço

Anónimo disse...

Ora se bem me lembro, a Tia Zulmira, morava em frente à casa do Rafael, verdade? Tinha uns queijos que eram a minha delícia quando a visitava. A última vez que a vi, andava um pouco manca mas ainda estava em casa. Olhai há quanto tempo...! Está linda a Tia Zulmira!
Fátima quando fores de novo visitá-la dá-lhe da minha parte um grande beijo, pois era para mim quando ía a Rebordainhos, uma pessoa muito especial...e não só pelos ditos queijos.
Beijinhos
Eduarda