Surgiram comentários
interessantes na caixa de comentários do artigo "Páscoa Feliz". Por
estar em Rebordaínhos, sem acesso à Internet, não pude entrar em diálogo
com os comentadores, mas como não quero que pensem que os votei ao abandono, aqui
fica aquilo que me apraz dizer:
Um primeiro anónimo
escreveu a letra do jogo de roda "Está o freixo caidinho", mas
terminou associando-o ao "Farfalhão", motivo que levou outro anónimo
a brincar com ele (ou seria ele a brincar consigo próprio?). Daquilo que me
lembro, e que pude confirmar com as minhas irmãs, a confusão tem um motivo: trata-se, efectivamente, de duas cantigas diferentes, mas ambas cantadas com a
mesma música. Contudo, apesar de todas nos recordarmos da letra completa do
"Farfalhão", nenhuma de nós foi capaz de cantar inteiramente a
primeira. Deixo a letra das duas, com o pedido, àqueles que se lembrem, de
fazerem o favor de completarem a primeira delas e de referirem a coreografia.
Está o
Freixo Caidinho
Está o freixo caidinho
c'o peso do
passarinho
ora vai tu, vai
tu, vai tu
ora vai tu meu
amorzinho!
Está o
freixo tombado
com
o peso do orvalho
ora vai tu, vai
tu, vai tu
ora vai tu meu
amorzinho!
Tal como no "Farfalhão", os versos são bisados dois a dois.
Farfalhão
Entra o farfalhão ao meio
Grande data vai levar
Ai, ai, ai, que não
há-de achar
Oh! com quem casar, oh!
com que casar.
[Tu queres-me? - Não!]
Já levaste um
cabaço,
Dois ou três
hás-de levar.
Ai, ai, ai, que não
há-de achar
Oh! com quem casar, oh!
com que casar.
[Tu queres-me? - Não!]
Já levaste dois
cabaços,
Três ou quatro hás-de
levar.
Ai, ai, ai, que não
há-de achar
Oh! com quem casar, oh!
com que casar
[Tu queres-me? - Não!]
[Já levaste três
cabaços,
Quatro ou cinco hás-de
levar. (etc. até se cansarem)
Ai, ai, ai, que não
há-de achar
Oh! com quem casar, oh!
com que casar.
[Tu queres-me? - Sim!]
Olha a triste viuvinha
Que já achou com quem casar.
Nem o noivo tem que
vestir,
Olaré, a noiva, tem que
trajar!
Coreografia: escolhia-se um para entrar na roda (apesar de a letra apontar para rapariga, lembro-me de ver rapazes lá dentro). Durante os dois primeiros versos de cada quadra, a roda girava com os pares de mãos dadas. No refrão (ai, ai, ai...) os pares soltavam as mãos e, ao ritmo da música, batiam palmas, ora para um lado, ora para o outro. Quem estava no meio é que perguntava "tu queres-me?" a uma pessoa da roda à sua escolha e o jogo só terminava quando, finalmente, alguém respondesse que sim.
_____
Notas:
1) Fui obrigada a
introduzir, de novo, nos comentários, o reconhecimento de letras e/ou algarismos
devido a nova invasão de spam. Peço desculpa pelo incómodo, mas tem mesmo de
ser.
2) Agradeço o contributo do primeiro anónimo que respondeu ao apelo do António Fernandes, acrescentando outras cantigas (que publicarei noutro artigo, para não sobrecarregar este). Eu própria já tinha publicado alguns jogos de roda (e até me repito...), como pode ver-se aqui, aqui e aqui. De qualquer das formas, porque o nosso cancioneiro se não resume aos jogos de roda, aconselho a que verifiquem a etiqueta "tradições", constante da barra lateral do blog. E se alguém se lembrar de qualquer cantiga, agradeço que ma envie para que a publique. Tenho a certeza de que todos ficaremos felizes por podermos recordar aquilo que já tínhamos esquecido.
5 comentários:
Clarissimo como9 a água da fonte do Espinheiro...eu só sei isso por parcelas, lamento ão poder acrescxentar aloguma coisa... masfiquei feliz com as cantilenas embora quase nunca fosse escolhido... talvez por ser feio?! Beijos
Pois.Por dois motivos não tivemos jogos de roda nem do cântaro na eira:
-o primeiro (será?) porque chovia e fazia frio;
o segundo, porque "a tradição já não é o que era".
Ficamos assim, com umas boas recordações em frente à lareira. Mas, houvesse vontade, e a eira teria sido trocada, como em tempos idos, pelo coberto da escola.
Teremos de arranjar maiores forças e querer para conseguirmos retomar a tradição.
Tonho
... essa é uma daquelas graças que só os lindos podem fazer!
Beijos
Augusta
É verdade, foram uns minutinhos bem alegres que passámos junto à lareira.
Temos, mesmo, que ganhar forças e/ou perder a vergonha de já termos passado da idade e voltar a organizar uns joguinhos de roda pela Páscoa.
Beijos
Com o computador avariado tenho andado afastada dos blogues. Ainda não está a 100%. Levou um disco novo e vai levar a memória, mas enquanto ela não vem da fábrica, (penso que chegue 2ª Feira) o técnico pôs-lhe uma memória que ele costuma usar para testes a fim de eu não estar mais tempo afastada desta janela, que me liga a vós.
Um abraço e bom fim de semana
Mau. É a 4ª vez que vou introduzir as palavras. Será que tenho de desistir?
Enviar um comentário