segunda-feira, 8 de julho de 2013

Natureza barroca



A arte barroca instalou-se na Europa, sobretudo a do Sul, essencialmente no séc. XVIII. Há quem não goste dela, mas eu gosto. É uma forma de expressão quase excessiva, dramática, na forma como recorre ao jogo dos contrastes (luz/sombra; claro escuro),  ao horror que tem pelo espaço vazio e à ruptura que estabelece com os cânones clássicos da linha recta, optando pela linha curva (em S ou C) ou pela linha recta quebrada/ interrompida. Se atentarmos no altar-mor da nossa linda igreja, lá encontramos tudo isso, à excepção da ocupação plena do espaço, talvez, por sermos pobres e o dinheiro não chegar para tudo quanto era preciso. 
Quanto a mim, tenho-me perdido vezes sem conta a olhar para esta capela da Igreja de S. Roque em Lisboa, tentando contar os anjos todos, mas perco-me sempre na contagem...

Hoje apeteceu-me fazer a comparação entre a arte barroca e a natureza cuja garridice é uma evidência, onde os espaços vazios não existem  e onde o contraste é marcante. A natureza é o barroco sublimado, oferecida aos Homens, de mão beijada. Pode ser que Deus nos tenha dado uma terra pobre, mas abençoou-nos com a plenitude da beleza. Ele sabe como equilibrar as coisas.
           
Eis, então, as fotografias prometidas, embora  pareçam  distantes, agora que a canícula chegou.  
























Lembram-se da maçacuca? 

Espero que tenham gostado!
                                                                                                              

8 comentários:

Ribordayn disse...

Obrigado pelas fotos.
Não deve existir natureza mais bela que a da nossa terra nesta época...

antonio disse...

Fantásticas paisagens! Lindas fotos com toda a deversidaden com a qual a mãe naturaza nos brinda gratuitamente... muito me agradou a maçacuca... já não me lembrava que lhe chamavamos assim! Obrigado por nos proporcionares cultura e prazer nos teus posts. Beijos

Fátima Pereira Stocker disse...

Ribordayn

Inteiramente de acordo, e quanto mais olhamos mais nos surpreendemos e deslumbramos.

Beijos

Fátima Pereira Stocker disse...

Tonho

Obrigada pelas tuas palavras.

As maçacucas, as bóixas (? já me não lembro se é assim que se diz), as dança-palhinhas e os buralhacos... quanto brincávamos nós com esses filhos enquistados dos carvalhos!

Beijos

Olímpia disse...

Interessante, esta comparação. De facto, tal ideia só poderia sair de ti.A quem ocorreria tal?

Bjo

Olímpia

Idanhense sonhadora disse...

Olá Fátima , o altar da sua igreja é mesmo uma "belezura "!!!Adorei a comparação entre a arte barroca e a natureza. Nunca me havia ocorrido ...Brilhante !
Bjinhos

Elvira Carvalho disse...

Excelentes imagens. O altar é de grande beleza.
Um abraço

Fátima Pereira Stocker disse...

Olímpia
Quina
Elvira

Desculpem-me a demora na resposta, mas isto tem sido um ror de trabalho.

Grata pelas vossas palavras e um pequeno esclarecimento à Quina e à Elvira: talvez não tenha ficado claro no texto, mas o altar que reproduzi é o da capela de N.ª Sr.ª da Piedade, que fica na igreja de S. Roque em Lisboa (uma das mais lindas igrejas que conheço).

Beijos