sábado, 4 de janeiro de 2014

Respigar

Como de costume, publico o artigo sobre o Natal com alguns dias de atraso - condicionalismos da minha presença em Rebordaínhos.

O fazer das roscas - trabalho das mordomas que as cozem no forno com a lenha apanhada pelos mordomos - foi intenso, como sempre, mas este ano dificultado por um dia cinzento e tempestuoso. À noitinha, logo a seguir à ceia, aos mordomos junta-se a gente que gosta de ajudar: uns enchem fios com o sortido para o ramo, outros atam as roscas que vão cobrir o charolo e, pouco a pouco, tudo se compõe para que fique bonito e não desmereça da festa bonita que é o Natal.

E como se não bastasse ao Menino ser Ele próprio presente para todos nós, ainda nos deu um dia de Natal luzente de neve pura.

Amanhã sairá o careto, lembrando-nos que é dia do Cantar dos Reis. Este ano, numa iniciativa da ASCRR, foram também cantados na Câmara de Bragança, actividade que já foi noticiada no blog da Associação.

Queria tanto estar amanhã em Rebordaínhos!










8 comentários:

Augusta disse...

Pois... Não estás tu mas estarei eu (se a neve me deixar). Sim, porque hoje eu também já tive a oportunidade de ver uns farrapitos.
E tens razão. É sempre um gosto ver os voluntários que aparecem para ajudar. E o nosso careto parecia estar a apreciar bem o trabalho.
Amanhã darei notícias. Assim o tempo mo permita.
Beijo

Américo Pereira disse...

Fátima, o seu trabalho fotográfico
sobre as vésperas do Natal está
perfeito e para completar a época nada melhor que a neve. Obrigado.
Américo

antonio disse...

Muito bem... parabéns

Fátima Pereira Stocker disse...

Augusta

Pois, lá estive eu a invejar-te.

Beijos

Fátima Pereira Stocker disse...

Sr. Américo

Obrigada eu!

Beijos

Fátima Pereira Stocker disse...

Tonho

Os mordomos e quem auxiliou bem merecem que se lhes dêem os parabéns.

Beijos

Anónimo disse...

Balada de Neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
. Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.


Fátima Pereira Stocker disse...

Anónimo

Obrigada. Vem a propósito, sim. Só faltou dizer que o autor do poema é Augusto Gil.

Cumprimentos