A nossa terra estava linda, neste Abril de Páscoa. Até os lilases de Maio floriram mais cedo, contribuindo para a alegria dos sentidos embriagados com o perfume de tudo quanto é árvore de fruto e deslumbrados com a mirífica variedade de corolas abertas.
As margens da ribeira dos Pereiros, que os livros
dizem chamar-se rio Azibo, estavam coalhadas de flores, mormente das nossas tão
estimadas pascoelas. Tufos e tufos delas criavam um tapete contínuo de beleza que,
com o murmurar da ribeira, nos convidavam a prosseguir no caminho da sua
descoberta. Lameiros verdes, carvalhos ajaezados de líquenes, castanheiros a
rebentar, em suma, tudo como o Criador bondosamente ordenou que se passasse. Na
perfeição, a paz instala-se na alma.
Também o passaredo comungava desta abundância e, de entre os ramos das árvores, enchia o ar com os seus gorjeios, ora chamativos, ora receptivos e, embora os não saiba distinguir, deixo-me encantar com a variedade de tanta melodia.
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Na igreja, como é costume, as mulheres afadigaram-se
para que tudo concorresse para a alegria da Ressurreição. Deus lhes pague!
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26 comentários:
Só hoje, que é o dia do trabalhador, consegui ter algum tempo para retomar a publicação. Só o desejo de compartilhar convosco a beleza daquilo que vi me permitiu vencer o cansaço que tenho sentido nas últimas semanas. O textinho que escrevi para acompanhar não é lá grande coisa, mas foi tudo quanto consegui sangrar de mim.
Espero que tenham passado um bom dia do trabalhador e que a Primavera tão bonita que estamos a ter seja prenúncio de que dias melhores estejam para vir.
Ainda bem que a Fátima regressou.
Esta página fica parada quando a Fátima está ausente. Voltou e com
novidades para que todos sintam os valores da nossa terra. Para a
Fátima os meus agradecimentos.
Américo
Que bela terra, belas gentes e paisagens bem portuguesas.
Voltarei
Beijinhos
Pois é fátima... esperavamos a tua volta com tão grande espectativa que começavamos a desesperar... o teu texto é grandioso... perde por ser tão pouco, mas, sei que não se pode exigir demais a quem já dá muito, dispondo de pouco tempo livre... estavamos mal habituados? Talvez... este local, tornou-se para nós leitores, indispensável como o pão de cada dia... sei que não estás a ser ajudada pelos colaboradores, que te permitiam umas folgas de tempos a tempos... Também conheço as dificuldades de renovar as publicações inovando! E, é por tudo isto, que mereces a gratidão das pessoas... algumas alheias ao problema, e outras pensando que as coisas caem do céu e se transformam em contos de fadas.Não estou isento de culpas, e é com grande humildade que o reconheço... o nosso blog precisa de dinamismo; unam-se as forças e aleiem-se as vontades.
Fiquei imensamente feliz quando abri o meu blog. e apareceu nova postagem naquele que foi eleito pelo meu coração como o melhor do mundo, o de Rebordainhos. Beijos saudosos
Muito bonito!
O texto, Rebordainhos, os campos, a Primavera e a Esperança!
Sr. Américo
Não há nada para agradecer, porque o que faço, faço-o com gosto. Contudo, sabe-me muito bem ler as suas sempre generosas palavras. Bem-haja.
Beijos
Tonho
Tu e a tua eterna generosidade.
É um facto que gostaria de ter mais amparo, mas acredito que aos outros estará a acontecer o mesmo que a mim: aumentam-nos as responsabilidades porque não contratam ninguém para o lugar de quem se vai embora e tudo tem que ser feito na mesma, e em maior diversidade, porque cada vez se exigem mais coisas. O pior, é que a idade se acumulando e a resistência já não é a mesma. Melhores dias hão-de vir!
Beijos e obrigada
Pérola
Desculpe: saltei o seu comentário sem querer.
Obrigada por ter gostado.
Anónimo
Bem-haja.
Cumprimentos
Olá, Fátima:
Muito obrigado pelo teu texto, pelas tuas fotografias, por este cheirinho a Primavera e a Rebordainhos.
Eu sou um daqueles madraços a quem serve a carapuça tecida pelo Tonho Braz. Mas que lhe hei-de fazer!? As musas que habitam a Ribeira dos Pereiros, onde brotam as pascoelas de grata memória, têm-me andado arredias. Vou-me aplicar um pouco mais, pois não é justo que deixemos o trabalho todo para ti que ainda andas sob os grilhões do Prof Crato.
Beijinhos
A. Fernandes
Fátima:
A carapuça também me serve mas com o tempo que corre, nem tenho tempo para a enfiar.
Beijinho e parabéns pela beleza daquilo que escreves e connosco partilhas
Queria deixar um simples conselho, sem ofensa, ao colega comentador António, pois por vezes, quando escreve, comete alguns pequenos deslizes, involuntários,de certeza, mas que podem ter nefastas consequências em leitores menos letrados deste magnífico blog:
-Por favor, tenha mais cuidado com a ortografia!
Eis dois exemplos:
1-o comentador escreveu "Não estou isento de culpas, e é com grande humildade que o reconheço... o nosso blog precisa de dinamismo; unam-se as forças e aleiem-se as vontades."-devia ter escrito "aliem-se as vontades";
2- o comentador escreveu "Pois é fátima... esperavamos a tua volta com tão grande espectativa que começavamos a desesperar..."-devia ter escrito Fátima, com letra maiúscula, e "expectativa" em vez de "espectativa".
Este blog dá alguma guarida a bons regionalistas e arcaístas, certamente com intuitos muito nobres de divulgação cultural, mas a maioria do público prefere a escrita escorreita que todos entendem.
Com os melhores cumprimentos
Obrigado Sr. Professor, pela correção ortográfica… sei que me vai custar a cadeira de Português no Doutoramento. Porém, se a compreensão não foi considerada de asnice, pois até o Sr. compreendeu… lamento que o meu teclado, já velho, com muitas letras apagadas, cometa crimes de dimensão astral, causando prejuízos a terceiros, reivindicados por indivíduos mascarados pela formação Académica, comprada ou oferecida em tempos de aniversários…. Sem ofensa para ninguém! Vou estudar o verbo aliar, escrevendo-o milhares de vezes, nos tempos, e, horas vagas… para lhe fazer prazer… ou talvez acalmar a sua arrogante displicência!
Erros!? Imperdoável. Só deveriam poder comentar aqueles com formação Académica linguística, superior à normal… mesmo com o Google a corrigir.
Caro Sr. : sei que tem procurado por todos os meios infiltrar-se entre pessoas de bom senso, julgando e condenando segundo os seus critérios, com o intuito de obter relevância, mas, com firme cobardia de anonimato ou pseudónimo. Continue usufruindo da sua inteligência e formação, mas não entre pela mesma porta que eu, se não quer que me torne desagradável. Combinado?
Passe bem, e que Deus lhe conserve, a sabedoria que outos não possuem…
Sem querer entrar em confusões e
mal entendidos expresso aqui os
meus parabéns a António Fernandes
pelo aviso que deixa a anónimos
que com pés de lã tentam mostrar a sua graça (sem graça alguma).
Eu ponho em causa todos aqueles
que com o anonimato não se privam
de deixar todos os comentários
para denegrir um trabalho de uma
comunidade e sugeria ponderar a
sua aceitação ou não por quem faz
parte do blog.
Américo
Como assumo sempre a responsabilidade dos meus atos, venho por este meio, retificar o lapso informal, relativamente ao comentário, publicado por: António Brás e não António Fernandes, citado pelo Sr. Américo no seu comentário. Peço desculpa pela confusão e alguns danos morais causados. Abraço António Brás Pereira
Uma bela reportagem amiga. Por aqui este ano a Páscoa também foi diferente. Porque passámos a ter uma Igreja, coisa que ansiávamos e esperávamos há mais de 50 anos.
Não mostrei ainda as imagens por duas razões. No dia da inauguração, o Domingo de Ramos, estava muito doente, consegui participar da procissão, mas não consegui aguentar a missa. E depois se bem que o interior da Igreja esteja quase pronta, faltam ainda 10 dos 16 painéis de estanho, que reproduzem a vida de Cristo, a parte dos escuteiros e dos idosos bem como o jardim envolvente ainda não estão prontos.
De qualquer modo é uma grande conquista da população.
Um abraço
Fátima , venho só dar-lhe um olá .Eu tenho andado um pouco afastada ...Consigo está tudo bem ? Espero que sim e que tenha tido uma boa Páscoa .
Beijinhos da Quina
Tonho Fernandes
Agradeço o teu "sobressalto cívico", mas tenho a certeza de que Rebordaínhos te não sai da ideia e que fazes tudo quanto podes.
Beijos e obrigada
Augusta
Tu e eu estamos, como diz o Tonho da tia Lídia, sob os grilhões do professor Crato. Sei bem a quanto isso obriga.
Beijos
Anónimo 2
Agradeço a apreciação que faz do blog. Contudo, não posso deixar de me referir aos conselhos que deu à pessoa mais constante nesta caixa de comentários e que já contribuiu com diversos textos para o blog.
De acordo com a nova norma, eu própria dei vários erros ortográficos no texto que escrevi: grafei os meses do ano com maiúscula e não omiti o "p" em receptivos. Escrevo sempre o nome de Rebordaínhos com erro pois, pelas regras da acentuação, não deve levar acento. Quando recebia cartas dela, minha mãe despedia-se sempre deste modo: "beijos do teu pae e da tua mãi" e eu consolava-me em ler assim, escrito com erro nesse tempo, mas acertadamente pela forma como aprendeu.
Para não ir ao século XIII fico-me pelo XV, transcrevendo duas linhas de uma carta que D. Isabel, duquesa de Borgonha, escreveu ao seu irmão, o nosso rei D. Duarte (Eduarte, na verdade...): "Muyto Honrrado e Poderoso senhor porque sey que uos prazera saber o que se tratou em este conselho e Ruy borJes non poderja tudo bem reter uos escreuo em soma o que se fez." (in: Livro da Cartuxa)
Longe de mim afirmar que a ortografia não tem importância, mas importa-me relativizar o conceito de erro.
Cumprimentos
Tonho Brás
Compreendo o teu melindre e partilho dele.
Beijos
Sr. Américo
Obrigada por vir à liça. Espero, do fundo do coração, não ter de recorrer à moderação de comentários. Ainda outro dia celebrámos o 25 de Abril e a importância do fim da censura... Não me agrada nada assumir comportamentos semelhantes a essas coisas más do passado. No entanto, já o fiz, para evitar que se azedassem situações. Desta só me dei conta agora, e já era tarde.
Beijos
Elvira e Quina
Obrigada pela vossa constância. Infelizmente ando com tão pouco tempo que nenhum me sobra para fazer algumas das coisas que mais prazer me dão.
Beijos
A Língua Portuguesa é, essencialmente, um Latim transformado, digamos assim para não ferir suscetibilidades. Porém, nesta época em que já praticamente não temos nada de nosso, chegando ao ponto de o Estado Português se ufanar por tornar obrigatório o Inglês na primária, considerar o Mirandês uma língua, obrigar os professores a desprezarem os erros ortográficos dos alunos, submeter-nos à maneira de escrever no Brasil, e por outras medidas de igual quilate, considerar praticamente um crime o apontar de um ou dois erros de português parece-me um bocado exagerado. Realmente, neste blog cultiva-se um espírito de grande abertura que eu aprecio, mas quando chegar à conclusão de que estão todos fartos de me aturar, vou-me embora!
Cumprimentos
Anónimo 2
Há opiniões sobre as quais me não pronuncio, mas há outras sobre as quais importa repôr a verdade.
Ao contrário daquilo que afirma, o Ministério da Educação obriga todos e cada um dos professores a corrigirem os erros de Português. Acredite que gasto mais tinta vermelha a corrigir os erros linguísticos do que os de História. Acredite também que os erros ortográficos são bem menos graves do que os erros de construção da frase, ou outros. O que se está a passar com os verbos transitivos, com a utilização dos pronomes pessoais forma de complemento, com os modos conjuntivo e condicional dos verbos e com o desvario vocabular preocupa-me muito mais do que ver uma palavra grafada com erro. No entanto, repito, o ME manda-nos corrigir - esses e todos quantos aparecerem.
Sobre o acordo ortográfico também não é verdade que nos esteja a ser imposta a norma brasileira. O acordo impôs a supressão de consoantes que não pronunciamos, alterou regras de hifenização, de utilização de maiúsculas e mais umas quantas coisas. Discordo de quase tudo porque, se por um lado prezo a etimologia, por outro lado o acordo introduziu tantas variantes que, em vez de unificar, desuniu. Acredite que os brasileiros se queixam do mesmo. Aliás, não será por acaso que ainda não puseram em vigor o dito acordo. Dos brasileiros eu queria recuperar uma coisa que eles aceitaram perder: o trema que nós deitámos ao lixo com a reforma unilateral da ortografia de 1911.
Não gosto de aparecer no papel de defensora do Ministério da Educação nem do Acordo Ortográfico, mas a preocupação com a verdade é superior a isso.
Cumprimentos
Não era deste comentário/resposta que eu estava à espera.
Muito obrigado
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