Já
floriram os crisântemos
miríades de pequenas flores – roxas
e brancas –
que as mulheres colhem para o
regaço
serão pontos de cor, depostos um
por um,
ao correr das arestas avivadas da
sepultura.
No centro formarão uma cruz.
Em cada flor depositada vai o beijo;
no silêncio está o carinho que se
sente e não se sabe dizer.
E assim ficam as campas,
como grandes tufos dessas corolas
voltadas ao céu,
afirmando que é essa a morada das
almas
daqueles que nos preenchem a
memória.
Já floriram os crisântemos.
Um dia florirão para nós.
7 comentários:
Tenho pena de não dispor de imagens dos crisântemos que refiro no texto e que são tão comuns em Rebordaínhos. Socorri-me daqueles que tenho em casa. Paciência.
Acabei de chegar do cemitério. Não tenho por hábito ir neste dia, mas como a minha irmã veio lá fui. Vou praticamente todas as semanas, mas neste dia n~~ao costumo ir.
Gostei do seu texto. E dos crisântemos.
Um abraço e bom feriado
Acabei de chegar de Rebordainhos. Como deves imaginar a igreja estava cheia e o cemitério estava, como sempre, lindo.
Este ano o arranjo dos pais e do João era de rosas brancas e forma de lágrima. Estava lindíssimo. Pena que fisicamente só estive eu e o Artur, embora saiba que todos vocês nos acompanharam.
Beijo
Elvira
Muito obrigada.
Augusta
O amor que transparece das cerimónias em Rebordaínhos até arrepia. Era isso que queria dizer quando escrevi o poeminha. Os arranjos que tu fazes, ou escolhes, para as sepulturas dos nossos, são outro poema que nós, os que estamos longe, temos por garantido. Bem-hajas.
Beijos
Fátima
Sentido poema
que etermiza o belo momento
de reencontro
com os nossos entes queridos.
Obrigado
Petrus
Obrigada, eu!
Beijo
Enviar um comentário