As pessoas sensíveis
As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão"
Ó vendilhões do templo
Ó construtores
De grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem
Sophia de Mello Breyner Andresen
3 comentários:
Ele há coincidências! Sabes que pensei neste poema para o dia de hoje? Sophia ( daí o sophiamar) gostava tanto de Liberdade, de Mar, de Justiça, de Solidariedade que jamais a minha gratidão por ela ter existido se apagará.
O nosso eterno Mar, companheiro de sonhos, de viagens, de trabalho, de luta...
Obrigada, Amigo!
Bem hajas!
Beijinhos
A Sophia, é um grnde nome da nossa literatura e foi uma grande poetisa!
Foi feliz esta lembrança, recordando-a!
Obrigado J. Stocker
Um grande abraço
MAnangão
Caros amigos
Desculpem-me o não ter respondido, mas esta barca velha que eu sou, quando apanha pela proa, mar rijo, precisa que lhe reduzam o pano, para se aguentar sem avarias!
A vista já está a acusar, o cansaço dos ultimos dias!
Obrigado
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