sexta-feira, 4 de julho de 2008

Gastronomia Transmontana - I -

Tenho jeito para a cozinha, mas não conheço as receitas da região para as confeccionar.
Não sendo o tempo da castanha, este post é tão somente um convite para pedir a colaboração dos leitores: quem puder, envie-nos receitas transmontanas, para aqui serem publicadas (caso seja recolha oral ou outra, por favor indiquem a fonte).

Quem sabe quais os pratos da matança do porco e como se confeccionam, em especial o das couves com ovos, vinagre e alho e o delicioso arroz feito com a água de cozer as aves e que acompanha os enchidos? Tive a oportunidade de, soberbos, os saborear mais do que uma vez em casa do Rafael, e estes dois fazem parte de uma dezena daqueles que se servem, nesse dia, aos convivas. Quem ajuda a falar neles?

Carne de porco com castanhas (6 pessoas)

1,5 kg de carne de porco (entremeada)
2 dl vinho branco
6 dentes de alho
1kg de castanhas assadas
Sal (qb)

Corta-se a carne em bocados regulares (com cerca de 5cm) e põe-se a marinar de um dia para o outro com o vinho branco, alho e sal.

No dia seguinte, retira-se o alho e levam-se os rojões a cozer no vinho da marinada. Quando estes tiverem um aspecto de cozido, escoa-se o vinho e acrescenta-se a gordura (óleo, azeite, banha, etc.) e levam-se novamente ao lume até ficarem louros. Quando os rojões estiverem quase prontos, acrescentam-se as castanhas para que estas tomem o gosto dos rojões. Por fim, serve-se acompanhado com maçã crua fatiada.


Retirado da Rota da Castanha - UTAD -



15 comentários:

Augusta disse...

Tanbém me agrada este post. Seguem as couves da matança:

Ingredientes

Couve penca (portuguesa) em quantidade considerável, pois mingam com a cozedura. A couve mais branquinha é melhor
- ovos
- uma colher ou duas de farinha
- 3 ou 4 dentes de alho
- azeite (transmontano)
- sal qb
- vinagre de vinho qb

amanham-se as couves, folha por folha, tendo o cuidado de descascar o talo na sua parte mais dura (mais convexa). Cortam-se em pedaços não muito pequenos e lavam-se muito bem.
Cobre-se o fundo dum pote com o azeite onde se colocam os dentes de alho e deixam-se alourar. Depois retiram-se e introduzem-se as couves. Tapa-se o pote e deixam-se cozer na água que as mesmas vão libertando. O lume deve ser brando. Ir mexendo, ou virando o pote, para não pegarem. temperar com o sal a gosto.
Depois de muito bem cozidas (praticamente desfeitas) adicionam-se-lhe os ovos previamente mexidos e aos quais se adicionou o vinagre.
Mexer aquando da adição.
O resultado é uma espécie de esparregado de couve. Adicionar uma ou duas colheres de farinha para as tornar mais cremosas.
Rectificar o tempero e servir bem quentinhas com um assado de carne, e BOM APETITE.

Nota: quem não tiver pote, pode sempre cozinhá-las numa panela mas, fica-se a perder aquele sabor da comidinha no pote... (porque cozinhada lentamente? Ou porque o pote é de ferro? Provavelmente pelas duas razões)

Beijos e, no inverno está prometido um jantar com couves da matança.
Augusta

Augusta disse...

E, porque não podemos ficar sem sobremesa, aqui vai uma muito especial que ofereço a todos os meus irmãos, porque sei que não a têm:

PUDIM DE FEIJÃO DA MINHA MÃE

500gr de açúcar
1 tigela de feijão branco descascado e passado pelo passador (a feijoca é melhor, porque mais rápido de descascar)
12 ovos (dos quais 9 gemas e três inteiros)
1 cálice de vinho do Porto
1 colher de manteiga

Põe-se o açúcar ao lume até adquirir ponto de fio.
Mistura-se o feijão no açúcar. depois misturam-se os ovo e gemas batidos. depois de tudo misturado, junta-se uma colher de manteiga e um cálice de vinho do Porto.
Deita-se numa forma caramelizada e coze em banho Maria

Deliciem-se com esta soberba sobremesa da minha mãe.
Beijos

Olímpia disse...

Mas que rica ideia, João!
Como sabes, a minha colaboração para este tema... é escassa.
na altura de petiscar, contem comigo!
Bjos
Olímpa

Olímpia disse...

Obrigada Augusta, pela receita do pudim da mãe.Só de pensar nele, sento já o sabor.
Tu sim!...Neste tema, estás como o peixe dentro da água.
Aguardamos mais receitas.
Bjos
Olímpia

Olímpia disse...

Corrijo:
Sinto

Olímpia disse...

Céu:
Deixa-te de mesuras e, bota cá algumas!
bjos
Olímpia

J. Stocker disse...

Cara Augusta

Já te respondi num espaço mais nobre.

J. Stocker disse...

Cara Olímpia

Obrigado, mas não sejas tão modesta, a cozinha está sempre a teu cargo, nas férias e eu nunca me queixei.
Beijos

J. Stocker disse...

Aos hipotéticos colaboradores, peço que enviem por email as receitas, eu coloco-as em arquivo e vou publicando com intervalos regulares.

Obrigado

Augusta disse...

Obrigada João. Tudo (ou quase tudo) o que sei de cozinha, aprendi com a mãe. E se muitas vezes, como dizem os chineses, não me deu o peixe já pescado, deu-me a cana com a qual o podia pescar.
As honras são acima de tudo para ELA.
Beijos

Anónimo disse...

Augusta

Bem-hajas!

Anónimo disse...

Minhas senhoras
Vou tirara-lhes o meu chapéu, que não uso , mas é uma forma, antiga de manisfestar, satisfação por alguém ou por alguma coisa :- neste caso são as duas, (o alguém e o pudim)...não , não sou muito guloso apenas o suficiente para já ter roubado a receita, só lamento não ter argumentos para poder contribuir, para o enrequecimento do trabalho a que se proposeram.
Obrigado gostei muito do post, depois direi do pudim!
Abraço para todos

J. Stocker disse...

Caro Amigo

J. Manangão

As "senhoras vão-lhe responder certamente!
Entretanto gostaria de lhe desejar bom sucesso na elaboração do Pudim de Feijão e pedir-lhe desculpa por ainda não ter ido ao seu cantinho, mas por aqui tem existido muito trabalho, que daqui a alguns dias se verá.

Um abraço

J. Stocker disse...

Augusta

Tens toda a razão, já acrecentei uma linha no final do Post!
Achas bem assim, ou tens outra sugestão?

Beijos

Augusta disse...

Caro Manangão:
Acredite que o pudim é uma delícia. Trabalhoso, é certo, porque tem de se descarcar feijão por feijão. Acredito que na actualidade, temos a vida facilitada pelas trituradoras. Apesar de ter a receita, confesso que ainda não me atrevi a fazê-lo, pelo trabalho que dá e, pela falta de tempo que, cada vez se acrescenta mais à nossa vida. Mas, ainda tenho a delicioso paladar daqueles com que a nossa mãe nos brindava, particularmente em dias de festa. Um cunhado nosso, infelizmente já falecido, costumava dizer com os olhos muitos esbugalhados, e a boca cheia de saliva: "...mãe, a senhora tem de ensinar estas coisas às filhas!... Não se podem perder..."
Um abraço, e felicidades