Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e a chuva desaba,
veludo escondido na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo-
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade
12 comentários:
À minha mãe.
E também à tia Helena que ontem faria anos,e porque também foi um pouquinho nossa mãe.
Augusta
Obrigada!
As nossas mães ficam connosco enquanto por cá andarmos. A sua partida ,muito, muito, dolorosa é inesquecível,depois instala-se a saudade ,também ela asfixiante, e não há dia que as não tenhamos no pensamento.
Quanto ao poema é dos mais bonitos que conheço. Grande sensibilidade, a dos poetas! Também são filhos!
Um abraço fraterno
Bem-haja!
Obrigada garota, não só pela linda homenagem que aqui fazes à MÃE, como também pelas fotos que nos enviaste.
É verdade, depois das nossas mães partirem, não há um único dia que não as recordemos.
Beijos mãe.
Bjos Augusta
Augusta ,bem-haja pelo belo poema . Também eu sei a dor que é perdê-la . A dor não tem descrição e acompanha-nos sempre ,em cada dia de nossas vidas .Claro que se transforma numa dolorosa saudade que , em certos dias nos aperta a alma... Eu vi a minha adormecer suavemente nos meus braços apertada contra o meu coração.. Pronto já estou a chorar...
Beijo
Quina
Augusta
Sinto frio...muito frio, apesar das palavras quentes que deixas à tua mãe.
Tu entendes este frio,não é assim?
Lá, onde estiver, a tua mãe e a Tia Helena, estarão juntas por certo, de mãos dadas a rezar por todos vós.
Um beijo
Eduarda
Fátima e Olímpia
Eu sei que as saudades que eu sinto são as mesmas que vocês sentem. Aumentam com o passar do tempo.
Beijos
Cara Isabel:
É bem verdade o que diz. As saudades são mesmo asfixiantes. Tentamos mitigá-las com recordações gravadas em fotografias, mas... falta o toque, e o colo.
Beijinho
Cara Quina
E o observar a entrada nesse sono fica gravado para sempre, não é?
Ficamos por um lado, com a sensação de dever cumprido. Mas por outro também nos questionamos se deixàmos algo por fazer.
Grata pelas suas palavras.
beijinho
Eduarda:
Se entendo! E sim, sabes que a minha mãe, se pudesse, tinha sempre os seus oito filhos debaixo das asas. Por isso, é certo que tanto ela como o meu pai continuam a olhar por nós.
Beijos
Lindo poema e linda homenagem que fazes à tua mãe. Eu também sei o que é a dor, a saudade, a ausência... foi em Março que a minha mãe partiu, mas está sempre no meu coração.
Beijos
Lurdes
Pois é Lurdes. Partiram no mesmo mês. E claro que estarão sempre connosco.
Beijos
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